Quando se fala em atriz de Hollywood que virou princesa, ao menos para os mais jovens o primeiro nome que vem à mente é o de Meghan Markle, claro. Ex-estrela da série “Suits”, a agora duquesa de Sussex resolveu dizer adeus ao mundo do cinema e da televisão para se casar com o príncipe Harry em maio do ano passado. O romance dos dois é do tipo “conto de fadas” e já rendeu até um filme para a telinha. Mas Meghan não é pioneira nesse quesito, já que muito antes dela quem deu o que falar ao fazer exatamente o mesmo foi Grace Kelly, que tinha uma carreira até mais estabelecida do que sua equivalente contemporânea e mesmo assim a trocou por um reino bem mais modesto do que o dos Windsors – o Principado de Mônaco, no caso.
Musa de Alfred Hitchcock e vencedora de um Oscar (de Melhor Atriz, por “Amar é Sofrer”, de 1954), a mãe do príncipe Albert contracenou com talentos como Gary Cooper, Cary Grant e Frank Sinatra. Mas o grande galã de sua vida foi mesmo o príncipe Rainier III, que conheceu durante o Festival de Cinema de Cannes de 1955. Foi amor à primeira vista, e o resto é história.
Interpretada recentemente por Nicole Kidman na cinebiografia “Grace de Mônaco”, Kelly morreu de maneira trágica há exatos 37 anos, um dia depois de sofrer um derrame enquanto dirigia seu Rover P6 3500 em uma estrada de Mont Agel, na fronteira entre Mônaco e a França, o que resultou no carro caindo de uma colina com mais de 37 metros de altura. Típica personagem histórica que continua fascinando o público apesar de ter saído de cena há décadas, ela pertence tanto a categoria dos ícones hollywoodianos quanto a dos da realeza, e em sua homenagem a gente lista a seguir 5 fatos pouco conhecidos a seu respeito. (Por Anderson Antunes)
Atriz, princesa e (quase) atleta
Kelly se consagrou como estrela em Hollywood, e será sempre lembrada como princesa. Mas por pouco que ela não foi atleta, já que seu pai, Jack Kelly, foi nadador olímpico e sonhava com a herdeira seguindo seus passos. Mãe dela, Margaret Kelly era nadadora profissional e desejava o mesmo, mas no fim a paixão por interpretar personagens diversos a fez optar por se tornar atriz.
Maior arrependimento da carreira
Kelly perdeu a chance de atuar em um dos maiores clássicos da telona: “Sindicato dos Ladrões”, lançado em 1954 por Elia Kazan. Ela estava cotadíssima para interpretar a personagem principal do longa, mas deu pra trás quando foi chamada pelo “parça” Hitchcock para estrelar “Janela Indiscreta” junto com James Stewart. O filme também foi um sucesso de público e de crítica, mas dizem que ela nunca se perdoou por ter esnobado Kazan.
Nem Hitchcock a “resgatou” dos Grimaldi
A ligação de Kelly e Hitchcock sempre foi forte, mas nem o lendário diretor conseguiu convencê-la a voltar a atuar depois de sua subida ao altar com Rainier III. Durante anos ele a procurou para tratar do assunto e chegou a planejar um retorno triunfal dela ao cinema em “Marnie – Confissões de Uma Ladra”, de 1964. O problema é que a essa altura ela já não tomava decisões sozinha e foi proibida pelo marido de aceitar o trabalho, por questões de protocolo real.
Ícone frequentemente lembrado
Kelly é uma das personalidades do tipo “celeb” mais homenageadas depois da morte. Em 1993, ela se tornou a primeira atriz americana a ter seu rosto estampado em um selo comemorativo oficial dos Estados Unidos, e em 2007 foi lembrada em uma versão especial da moeda de dois euros. Sem contar que a Hermès batizou uma de suas bolsas de mão campeãs de venda com o nome dela, a desejada “Kelly Bag”.
Entre as maiores de todos os tempos
Um levantamento de 2011 feito pelo American Film Institute apontou que Kelly está entre as 25 maiores estrelas do cinema clássico de Hollywood em todos os tempos, precisamente na 13ª posição. Pesaram em favor dela, além de seu talento inegável e das atuações em filmes que marcaram época, suas duas indicações ao Oscar (com uma vitória já citada) e outras três ao Globo de Ouro, todas por grandes trabalhos.
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