Rainha de bateria da Imperatriz, Iza fala sobre importância do título: “Resgatar cultura que é negra e ancestral”

Foto: Divulgação/ @caduandradee

Rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense desde 2019, Iza estreou na avenida em 2020 e deu o que falar pelo samba no pé e carisma contagiantes. Logo depois, veio a pandemia, decretando o fim das aglomerações e, por consequência, da folia carnavalesca nos próximos anos. Corta para abril de 2022: um verdadeiro carnaval fora de época está prestes a acontecer. Mais do que pronta para seu tão aguardado retorno, a cantora, que desfila nesta sexta-feira (22), não esconde o frio na barriga.

Em entrevista exclusiva ao GLMRM, Iza brincou ao comentar sobre como está sua preparação: “Tento não entrar muito na pira da malhação e nem da alimentação. Acho que a melhor coisa é trabalhar bem o cardio. Afinal, é mais de uma hora sambando sem parar. Meus shows são o meu exercício, acredito que não exista nada melhor para me preparar do que cantar e dançar ao mesmo tempo. Isso faz a gente trabalhar a respiração de um jeito diferente. E terapia, né? É a única coisa que segura a gente [risos]”.

A artista, que acaba de assinar sua primeira coleção de esmaltes com a Risqué – são seis tons que celebram seus seis anos de carreira e exaltam suas raízes -, ainda comentou sobre a pesquisa realizada pela Alma Preta Jornalismo que apurou que, neste ano, mulheres brancas são maioria entre as rainhas de bateria das escolas de samba do Grupo Especial, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

“A gente vê pela TV e acha tudo muito bonito, mas não sabemos o quanto a galera dá duro até pisarmos lá dentro. Acho que se isso não fizesse sentido para mim, eu não me sentiria confortável de estar lá, porque aquilo é a vida deles, tudo o que mais importa no mundo para aquela comunidade. É resgatar essa cultura que é negra, ancestral, faz parte da história do nosso país e é uma das coisas mais ricas que temos”, afirmou Iza, lembrando da sua história de longa data com a Imperatriz, que inclusive virou nome para um dos esmaltes.

“Fico muito feliz de saber que eles me escolheram para estar à frente da bateria. Não faria parte de outra escola, não faria sentido para mim, porque eu realmente sou de Olaria, de Ramos. Estudava atrás da Imperatriz e morava a algumas ruas de distância. Já fui muito para lá escondida da minha mãe. Sou realizada em saber que meu casamento com eles faz sentido para os dois lados” contou.

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