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Leandro Karnal
Foto: Danilo Borges

Após uma participação no programa “Mundo pós-pandemia”, no ano passado, a CNN Brasil viu um potencial de comunicação a explorar em Leandro Karnal, que virou companheiro de Mari Palma e Gabriela Prioli no noturno “CNN Tonight”. Agora, ele parte para um desafio novo em frente às câmeras no comando de “Universo Karnal”, sua primeira jornada solo, que estreia às 23h deste sábado (13.11) no canal de notícias a cabo.

“Nunca fui filmado dançando, vendendo em loja da (rua) 25 de março ou saltando de uma ponte. Surge um Leandro menos revestido do mundo intelectual e mais submetido a experiências e reflexões variadas”

Leandro Karnal, professor e historiador, sobre ter gostado de ter gravado a nova atração

No primeiro episódio, o psicanalista Christian Dunker, o ator Thiago Liberato, que dá vida à drag queen Ikaro Kadoshi (apresentadora de “Caravana das Drags” ao lado de Xuxa), e o rapper Dexter debatem “O que é ser livre?”. “Alguns nomes nasceram dos meus contatos, como minha amiga Fafá de Belém, bem como professores da USP e da Unicamp”, conta sobre os convidados da primeira temporada. Outros, como a caminhoneira trans Afrodite, foram fruto de uma pesquisa da produção. “Adorei a variedade. Amei aprender com todos, todos e todes (aqui o todes tem sentido literal e linguístico)”, exemplifica. Só tinha uma regra para os convites: “pessoas capazes de pensar de forma clara e interessante, com posições variadas”.

Apresentado do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Karnal entra em uma conversa profunda sobre as diferentes formas de liberdade, medos e ainda se desafiou a pular de bungee jump logo em seu début. “As pessoas foram muito criativas e eu encarei feliz a chance de sair de forma triunfal da minha zona de conforto”, reforça. No bate-papo a seguir, ele compartilha detalhes do programa, as séries, livros e audiobooks que têm ganhado sua atenção. Por fim, fala sobre o primeiro livro infantil, que está escrevendo, e um outro sobre preconceito, hating e linchamento virtual.

Divulgação
  • Após a estreia, sairemos  com mais dúvidas, questionamentos ou reflexões sobre os assuntos?

  • De alguma forma, cada programa seguirá este tripé: Falo e analiso (um tema) com um intelectual sobre o conceito em si. Depois, entrevisto alguém que viva (a liberdade, por exemplo). Por fim, eu fazendo uma experiência (como a de liberdade).

  • Você tinha medo de altura, já que pula de bungee jump logo na estreia? Essa é, de fato, a representação de liberdade para você?

  • Como era corda, acho que o termo bungee fica impreciso (risos). A queda livre, a ousadia, atirar-se de uma estrutura muito alta de cabeça em direção ao solo é um ato e uma metáfora. Eu achei muito bom. Nunca tive acrofobia, mas tenho amor à vida.

  • Pode dar mais alguma pista sobre curiosidades dos outros episódios? Se você já encara esse “medo” de muita gente, logo de cara, o que esperar?

  • Casamento e novas formas de amor (celebrei um), sexualidades fluidas, desafios de consumo, solidão e liberdade, vida digital: em cada um dos recortes, uma chance de pensar e de viver o conceito. As pessoas foram muito criativas e eu encarei feliz a chance de sair de forma triunfal da minha zona de conforto.

  • Qual você diria que é sua marca ao entrevistar as pessoas? O que gosta de entender delas quando está em um bate-papo?

  • Acho que sei ouvir o entrevistado. Isso é um diferencial. Tenho interesse genuíno nas histórias de vida e na experiência. Amo a alteridade, a relação com diferente. Outra marca, típica do exercício do escritor e professor, é fazer conexões entre o que alguém diz e planos mais extensos. Por fim, algumas vezes, faço observações que iluminam uma experiência que alguém está narrando e a própria pessoa compreende mais quem ela é.

  • Neste 2021, o brasileiro teve de encarar o luto de diferentes formas. Seja pelos mais de 600 mil mortos na pandemia, incluindo o humorista Paulo Gustavo, e – mais recentemente – a trágica morte da cantora Marília Mendonça em um acidente aéreo. A morte é algo que a gente aprende a lidar e cada um reage de um jeito ou só vivenciando com proximidade para refletir?

  • Sabendo ou não lidar, ela virá com pessoas próximas, famosos e conosco. A morte é um exercício curioso de consciência da vida. Sendo o único animal que sabe que vai morrer, temos ambiguidades com o fato biológico natural. Nosso narciso tem pretensão imortal. Eu sempre disse que não tenho medo de morrer. A prova virá algum dia e a dúvida da leitora e do leitor é plausível. Acredito que o meu medo nunca foi da morte, mas de não ter vivido tudo o que eu poderia e morrer. Tenho medo da vida ruim e medíocre, não tenho medo da morte.

  • Seus livros vêm sempre de uma inquietude, um dilema da vida… Tem algo que tem chamado sua atenção, recentemente, e que gostaria de eternizar em um livro?

  • Sim, preconceito. Estou escrevendo. O ódio da internet revelou como ainda existem racistas, misóginos, homofóbicos e outros. Estou escrevendo e pensando sobre o preconceito atual no Brasil.

  • Poderia compartilhar com a gente o que tem lido e o que tem assistido? O que um livro, série ou filme precisa ter para merecer sua atenção?

  • Vejo séries como “Round 6”, “Atypical”e aguardo nova temporada da série “The Crown”. Adorei “Anne with an E”. Sou saudoso de “Game of Thrones”. Li biografias como a de Roberto Marinho (Eugênio Bucci) e de Elke Maravilha (Chico Felitti). Reli (Georg Wilhelm Friedrich) Hegel para ver se faria diferença do que tinha entendido com 19 anos, especialmente a dialética do senhor e do escravo. Fez toda a diferença. Adorei as “Cartas para minha avó”, da Djamila Ribeiro. Também ouço audiobooks quando estou na academia. Terminei hoje o da Monja Coen: 108 contos e parábolas orientais. A pandemia foi uma densa imersão em livros.

  • Alguma coisa que não perguntei e gostaria de acrescentar?

  • Planos para este fim de pandemia? Novas temporadas do “Universo Karnal”, meu primeiro livro infantil, aprender sempre e me desafiar. Sou um ser intoxicado de esperança.

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