Produção sul-coreana porém com cara de hollywoodiana, “Round 6” acaba de se tornar na série mais assistida em toda a história da Netflix, um recorde que anteriormente pertence a “Bridgerton”. Baseada em uma trama que envolve participantes endivididados em busca de um prêmio milionário, pelo qual lutarão até o fim, “Squid Game” (em seu título em inglês) faz sucesso, entre outras coisas, pelos cenários caprichados que apresenta em seus nove episódios. Todos foram assinados pelo designer de sets sul-coreno Chae Kyoung-sun, que em entrevista à “Variety” explicou algumas das curiosidades que o levaram a criar espaços tão bem pensados.
Um desses espaços é a escadaria gigantesca e toda colorida, capaz de abrigar todos os 456 participantes iniciais da atração e pensada especificamente para ser mais alta possível a fim de manter alguns dos atores envolvidos, alguns com medo de altura, com os nervos à flor da pele.
Tudo em nome da arte, claro, já que muitas das reações deles capturadas em câmera são naturais e não foram encenadas. Já o dormitório em que a turma descansa enquanto não está sendo torturada psicologicamente foi planejado para lembrar um túnel, daqueles em que, às vezes, não se vê a luz na saída…
Outro lugar de “Round 6” que chama a atenção do público é a Sala VIP, que aparece mais nos últimos episódios, e parece um paraíso. Mas, na verdade, se trata de um último local de “eliminação”. Para Kyoung-un, isso representa a visão da sociedade de se usar as pessoas até que se convém, só para depois descartá-las quando isso não for mais conveniente.
Sucesso sem precedentes no universo do streaming, “Round 6” custou meros US$ 21,4 milhões (R$ 116,4 milhões) para ser produzida – para efeito de comparação, cada temporada de “The Crown” custa mais de US$ 100 milhões (R$ 544 milhões) – mas devolveu até mais do que os resultados da série dramática baseada nas primeiras décadas do reinado de Elizabeth II. Até agora, nada menos que 82 milhões de contas da Netflix a sintonizaram a produção do início ao fim.