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Cine Jóia
Foto: Divulgação/Margherito

Com 10 anos recém-completados, o Cine Joia está perto de reabrir as portas depois de uma reforma e de ficar mais de um ano fechado por conta da pandemia. Já com a agenda cheia para esse retorno, uma das casas de shows mais tradicionais e queridas de São Paulo sofreu o risco de fechar por outros motivos que vão além da falta de público ocasionada pelo distanciamento social.

Em conversa com o GLMRM, Facundo Guerra, um dos sócios da casa, conta que pensou em encerrar a história do local. “Sofremos muito esse ano e meio, pensei até em fechar o Joia de uma vez por todas, estava por um fio. Passou esse pensamento pela minha cabeça em vários momentos”, diz ele, que fechou o bar Z Carniceria durante a pandemia.

Foto: Marguerito

“Fiquei pensando que, se fechasse, seria uma decisão muito egoísta, porque eu estava tão cansado, exausto. Pensei que não era só sobre a minha saúde mental, que assim como a de todos os outros ficou comprometida pela pandemia, mas sim sobre um patrimônio da cidade. O sentimento de devolver isso para São Paulo é maravilhoso”

Facundo Guerra

No entanto, tudo mudou quando ele refletiu sobre o futuro do local, que antigamente era um cinema nipônico. “Sabia que não poderia virar mais nada ali, já que o local foi tombado durante a minha administração. O que iria virar o Cine Joia? O local ia apodrecer e ruir. Poderia ser outra casa de show, mas para ser desse jeito aí faço eu mesmo”, entrega ele.

Mudanças

Todo repaginado, o Cine Joia cuida dos últimos detalhes para receber seu primeiro público no dia 26 (sexta-feira), com o show do Boogarins. Cheio de memórias, o espaço não perdeu sua essência, mas ganhou um ar refresh. “O projeto original era cheio de defeitos, errado, sem acústica, sem sonorização. Eu tinha feito uma boate, não tinha feito uma casa de show. Mudei tudo, não sobrou nada. Não sobrou piso, arquitetura. Refiz tudo, posição de bar, projeto de luz. Preservamos apenas as paredes”, diz Facundo.

Expectativas

A ideia é que o Cine Joia seja um espaço de troca da nova geração. “Quero ver muito artista nacional que está começando o sonho de virar mainstream se apresentar no Cine Joia. Quero que a casa seja esse trampolim do underground ao mainstream. Não quero ver somente artista consagrado, quero ver uma nova cena que vai surgir após a pandemia”, planeja o empresário.

“As bandas da minha vida se apresentaram no Cine Joia. Eu quero que aconteça o que aconteceu com o Criolo, quando colocamos ele no palco quando estava estourando. Quero um show intimista como foi o da Elza Soares“, relembra Facundo.

A casa segue marcando shows para o seu comeback. Alcione, Marina Sena, Maglore, Scalene, Braza e Francisco El Hombre são algumas das apresentações confirmadas do Novo Cine Joia.

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