Nicholas Sandmann, um americano de 16 anos, está processando dois dos maiores veículos de comunicação dos Estados Unidos. Tudo por conta de uma foto dele que se tornou viral no país no começo do ano, clicada durante um protesto contra o aborto que rolou na mesma época e teve como palco o Monumento a Abraham Lincoln em Washington. Acompanhado de colegas da escola católica só para meninos onde estuda, Sandmann – no Estado do Kentucky, leste dos EUA – aparece na imagem usando um boné com a inscrição “MAGA” (“Make America Great Again”, ou “Faça a América Grande de Novo”) e junto com o ativista indígena Nathan Phillips, como se estivesse zombando dele.
Vários órgãos de imprensa americanos reproduziram a cena, sempre noticiando como um exemplo a não ser seguido. Alguns até entrevistaram Phillips, como foi o caso do “The Washington Post” e da “CNN”, e deram espaço para que o líder nativo acusasse o adolescente de intolerância e de racismo. Acontece que um vídeo do encontro polêmico que circulou nas redes dias depois deixou claro que, na verdade, quem sofreu pressões indevidas foi o adolescente, que ficou conhecido como “MAGA hat boy” (“garoto do boné MAGA”), nem sequer reagiu aos xingamentos que ouviu na ocasião.
Em razão disso, os pais do jovem decidiram acionar tanto o jornal quanto a rede de televisão na justiça, sob a acusação de difamação e de má fé, e agora estão pedindo indenizações de US$ 250 milhões (R$ 972,7 milhões) e US$ 275 milhões (R$ 1,07 bilhão), respectivamente, para compensar os danos morais que seu filho teria sofrido ao ser exposto para as massas como um vilão. Seria só mais um caso de processo envolvendo a grande mídia americana, não fosse por um detalhe: a maioria dos especialistas concordou até agora que Sandmann tem chances reais de vencer a batalha judicial. Nesse caso é bom Jeff Bezos, o dono do “Post”, ir logo preparando o talão de cheques… (Por Anderson Antunes)
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