A ponte de Londres caiu? Essa era a pergunta que vinha sendo feita desde as primeiras horas desta quinta-feira (08), quando uma nota oficial informou que Elizabeth II estava sob cuidados médicos e seus familiares haviam sido convocados. A pergunta em questão se refere à “Operação Ponte de Londres”, como é chamado o plano de Estado colocado em prática após a confirmação da morte da rainha, aos 96 anos.
O que nem todos sabem é que a nonagenária “royal” também deixou na gaveta um plano parecido com o “Operação Ponte de Londres”. Trata-se de um outro, batizado “Operação Unicórnio”, específico para o caso de sua partida ocorrer no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde estava há uma semana.
O passo a passo inclui a suspensão imediata dos comércio e Parlamento escoceses, com o início de um funeral de Estado na Catedral de St Giles, em Edimburgo, a capital escocesa. Pelo plano, o velório terá duração de um dia apenas, e terminará com o corpo de Elizabeth II sendo levado ao Royal Train, um trem usada pela família real para ir e vir de Londres.
Aos 96 anos, Elizabeth II parece ter sucumbido ao peso de sua idade justo no ano em que completou sete décadas no trono. Sua saúde nos últimos doze meses começou a deixar de ser forte como sempre, seus problemas de mobilidade e equilíbrio surgiram do dia pra noite e a forçaram a cancelar vários de seus compromissos como chefe de estado da quinta maior economia do mundo, sem falar em sua silhueta mais “enxuta” em seus 1,55 m de altura, tornando-a em alguém com aparência fragilizada.
E o último “alerta” sobre a saúde de Sua Majestade foi dado na última terça-feira, quando ela recebeu em Balmoral a recém-eleita primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss. Na ocasião, chamou a atenção um hematoma que cobria quase toda a região das costas da mão direita da viúva do príncipe Philip, um possível sinal de que o corpo pode estar começando a deixar de funcionar normalmente no caso de idosos.
Nas redes sociais, rumores davam conta de que Elizabeth II estava havia tempos se preparando para morrer, e escolheu partir em Balmoral, uma propriedade que lhe pertence pessoalmente e não à Coroa, cuja dona a considera seu lugar favorito. O local foi erguido entre 1853 e 1856, em terras escocesas, cujos locais quase deixaram de ser súditos dela quando buscaram a independência, em 2014, e eventualmente acabaram escolhendo continuar sendo parte da Grã-Bretanha.
A rainha se empenhou pessoalmente nas tratativas para não ver seu reino formado pela Inglaterra, Irlanda do Norte, País de Gales e Escócia, tornar-se um trio de nações pelo desejo dessa última de se tornar uma república – e o que considera ter sido um de seus maiores desafios em suas mais de sete décadas no trono.
De resto, pouco se sabe tanto sobre o “Operação Ponte de Londres” quanto o “Operação Unicórnio”, que eram revisados pelo menos três vezes por ano por representantes do governo britânico e do Palácio de Buckingham, a residência oficial número um de Elizabeth II, que claramente escolheu usar sua própria morte para fazer o que jurou quando tinha 21 anos: “Eu prometo me dedicar ao seu serviço pelo resto da minha vida”, disse a então ainda princesa na televisão.
Possivelmente, se preparando para seu falecimento, a mulher mais fotografada da história deixará um legado de muitos feitos, sendo o maior de todos a imagem polida que deu à monarquia britânica apesar de seus escândalos. E a partir daí fica a dúvida é se a Ponte de Londres comandada por seu herdeiro natural, o príncipe Charles, vai ganhar nova fundação sob o cetro dele, ou se será “caída” antes que ele tenha a chance de sentar na cadeira de St Edward.
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