O horário comercial mais caro da televisão americana – o intervalo do Super Bowl, no qual anúncios de 30 segundos não saem por menos de US$ 2 milhões (R$ 7,36 milhões) – geralmente rende assunto. E um dos filminhos mais polêmicos que foram ao ar durante a exibição da grande final do futebol americano, nesse domingo, trazia uma mensagem pra lá de séria narrada por Tom Hanks sobre a importância da boa informação para se preservar as democracias. “O conhecimento nos empodera”, diz o ator no vídeo de pouco mais de um minuto.
Mas o que está dando o que falar não é o ter da mensagem, feita sob medida para atacar as “fake news” em tempos de polarização, mas sim a empresa que pagou para divulgá-la, que no caso é o “The Washington Post”, e o custo que isso teve: exatos US$ 5,25 milhões (R$ 19,3 milhões), sem contar o orçamento da produção e o cachê (provavelmente milionário) de Hanks que, aliás, interpretou em “The Post – A Guerra Secreta” o lendário editor do jornalão Ben Bradlee.
No Twitter, muita gente achou a iniciativa cara demais, sobretudo quando se leva em conta o fato de que o “Post”, que pertence a Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, é um dos representantes da grande mídia dos Estados Unidos, e esta promoveu várias demissões em massa de jornalistas recentemente. “A mesma quantia poderia ser usada para empregar dez jornalistas, com salários de US$ 50 mil (R$ 184,1 mil) por ano cada, ao longo de uma década”, ironizou no Twitter David Rutz, editor do site de notícias independente “Free Beacon”, em um post que acabou viralizando no microblog. Liberdade de expressão é tudo mesmo. (Por Anderson Antunes)
*
Pra assistir o comercial do “Post” basta dar um play aí embaixo [ÁUDIO EM INGLÊS]:
- Neste artigo:
- Comercial,
- David Rutz,
- Jeff Bezos,
- Jornalistas,
- narrado,
- polêmica,
- Salário,
- Super Bowl,
- The Washington Post,
- tom hanks,
- twitter,