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Liliane Bettencourt em uma de suas últimas aparições públicas || Créditos: Getty Images
Liliane Bettencourt em uma de suas últimas aparições públicas || Créditos: Getty Images

A morte de Liliane Bettencourt nesta quinta-feira – aos 94 anos, de causa não divulgada e anunciada pela única filha dela, Françoise Bettencourt Meyers – pode colocar fim a um impasse de anos sobre o controle da L’Oréal, fundada pelo pai da bilionária e da qual ela era a maior acionista. É que em 1979 Liliane e a Nestlé, dona da segunda maior participação na L’Oréal, firmaram um acordo a fim de garantir que nenhuma das partes faria uma oferta hostil (direcionada aos minoritários) para assumir o controle da gigante dos cosméticos até pelo menos seis meses depois da morte dela.

Esse trato venceu em abril de 2014, mas meses antes a Nestlé vendeu o equivalente a US$ 8,2 bilhões (R$ 25,7 bilhões) das ações que possuía para os Bettencourt, sinalizando que não tinha planos de aumentar sua fatia na empresa. De lá para cá, no entanto, o “affair Bettencourt” – escândalo político e social que abala a França há anos e que pode virar  filme de Hollywod – continuou rendendo manchetes polêmicas, envolvendo cada vez mais o nome da L’Oréal.

Muitos dos executivos da Nestlé, principalmente aqueles com anos de casa, defendem a tomada de controle da L’Oréal para distanciar a empresa dos Bettencourt, e a única “pedra” no caminho deles até agora era a vida longa de Liliane. Seria um negócio capaz de chacoalhar os mercados e, coincidência ou não, Françoise divulgou a notícia sobre a morte da mãe minutos depois do fechamento da Bourse de Paris e da SIX Swis Exchange, onde são negociadas as ações da L’Oréal e da Nestlé, respectivamente. Dona de 30,5% da L’Oréal, Liliane deixou uma fortuna de US$ 44,7 bilhões (R$ 140,1 bilhões) que será dividida entre Françoise e seus dois filhos, o suficiente para transformar todos em membros no clube dos dez dígitos.

Além dos casos de família e dos problemas de saúde, Liliane enfrentou um problema atípico no fim da vida: no ano passado ela contratou o executivo Alexandre Benais, que fez carreira na filial do banco americano Lazard de Paris, para descobrir o que fazer com as centenas de milhões de euros que ela costumava receber todos os anos em dividendos da L’Oréal e que tanto atraíam os olhares de cobiça de funcionários, familiares, amigos e todos com os quais ela conviveu até o último momento. C’est la vie. (Por Anderson Antunes)

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