Em seu primeiro papel nas novelas após quase 15 anos na pele da dona Nenê, de “A Grande Família”, Marieta Severo está provando que de sua antiga personagem não restou nada. No ar como a ambiciosa Fanny, em “Verdades Secretas”, Marieta conversou com o Glamurama sobre a repercussão de sua personagem e avaliou o desempenho dos jovens atores da novela e de Reynaldo Gianecchini, seu amante na trama das 23h (ela contracenou com o ator na primeira novela dele “Laços de Família”, em 2000). Confira a entrevista!
Por Denise Meira do Amaral
Glamurama – A Fanny é o oposto da Dona Nenê…
Marieta Severo – Quando eu aceitei o papel, quis exatamente essa mudança. Isso me atraiu muito. Precisava de uma personagem que não se assemelhasse à dona Nenê. Ela não tem filhos, não cozinha, ela pede delivery em casa, imagina (risos)? Sabia que ia me puxar para outro universo. E que ia gerar uma curiosidade enorme, o que é maravilhoso.
Glamurama – Você conseguiu se livrar dos trejeitos da dona Nenê?
Marieta Severo -No começo tive muito medo. A cada construção, a cada relação com o texto, com a personagem. Acho que no início isso me atravessou um pouco, sim. Mas hoje, não.
Glamurama – E como tem sido a reação do público, que era tão afetuoso com a dona Nenê?
Marieta Severo – A reação tem sido excelente. Acho que o público brasileiro é muito treinado em dramaturgia. Eles separam bem o que é ator e o que é personagem. Mas algumas pessoas brincam que eu matei a paulada a dona Nenê. É engraçado. Mas eu não matei a dona Nenê. Ela continua existindo no imaginário e no coração de muita gente.
Glamurama – Como tem sido contracenar com atores inexperientes em “Verdades Secretas”?
Marieta Severo – Eu não tenho menor problema com os primeiros papéis. Não me incomodo de onde a pessoa vem, se é uma modelo que quer ser atriz… Me interessa o respeito que ela tem pela profissão. Tenho sempre muita boa vontade com os novos, como eu tive com o Giane [Gianecchini, em “Laços de Família”]. Sempre fui muito receptiva com ele porque eu sentia sua seriedade. E com a Camila [Queiroz] também é assim. Ela está começando, mas tem uma boa escuta. Essa novela está cheia de jovens atores e eu tenho relação maravilhosa com eles. Se eu vejo alguma coisa que eu posso ajudar, eu falo. Me dá um prazer enorme estar com eles. Essa garotada é muito animada.
Glamurama – Você contracenou com o Gianecchini na primeira novela dele e agora, depois de 15 anos. Quanto ele evoluiu?
Marieta Severo – Ele se tornou um excelente ator. Evoluiu muito. Fiquei muito emocionada em ver isso nas primeiras gravações de “Verdades Secretas”. Ele ganhou um domínio, uma maturidade como ator. Tenho uma confiança muito grande nele. Nosso encontro foi muito emocionante.
Glamurama – A novela revela muitas situações de prostituição no meio da moda. O que tem de ficção e o que tem de real?
Marieta Severo – O Walcyr [Carrasco] pesquisou muito, ele teve muito cuidado. A história dele é muito reveladora, são verdades secretas mesmo. Mas a função do artista não é jogar poeira para debaixo do tapete, mas sim levantar a poeira. Muitas agências realmente fazem o book rosa. Não são todas, inclusive minha personagem repete isso várias vezes. A maioria das modelos leva sua profissão da forma que ela é, mas que o book rosa existe, existe. A gente quer alertar.
Glamurama – Quais são seus próximos projetos após a novela?
Marieta Severo – Quero retomar a peça “Incêndios”. É uma peça linda que teve uma resposta muito calorosa do público. Temos mais seis cidades marcadas e vamos tentar retomar no Rio e em São Paulo.
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