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Marina Person e jovem elenco de “Califórnia”

Por Denise Meira do Amaral

Estela é uma jovem normal. Ela não passa por nenhum grande problema, mas nem por isso seu rito de passagem pela adolescência deixa de ser emblemático. Essa descoberta de um novo mundo é o tema central do primeiro longa dirigido por Marina Person, “Califórnia”, cuja previsão de estreia é em 2015. A apresentadora, atriz e cineasta conversou com o Glamurama e contou o que usou dela mesma para compor a personagem e por que o tema adolescência ainda é pouco retratado no Brasil. Confira!

O que você quis retratar no filme?

É um projeto super antigo meu. Minhas primeiras ideias já têm mais de dez anos.  Queria contar a história de adolescentes que cresceram em São Paulo anos 80, o que tinha de bom e o que tinha de ruim. De bom, a abertura política, as Diretas Já, as cenas do rock acontecendo, o underground, as pessoas que queriam fazer coisas diferentes ao comportamento, mas também o início da AIDS e os resquícios da Ditadura.  O principal do filme é a descoberta de Estela. O ponto em que ela deixa de ser menina para virar adolescente. Não é uma história mirabolante. A Estela não tem um grande conflito interno, é uma adolescente normal, em um rito de passagem.

O que a Estela tem de você? 

Não sou a Estela. Mas cada personagem que eu criei tem alguma coisa minha. O filme todo tem muito da minha história. Tem a minha porção romântica, a atirada, a intelectual e a cafajeste.

Por que no Brasil ainda temos poucos filmes sobre adolescentes? E, quando temos, geralmente são adolescentes- problema…

As pessoas têm medo de fazer filmes para adolescentes. É um público difícil e muito desconfiado. Os jovens não gostam de coisas que são feitas para eles, se sentem enganados. Preferem ver um conteúdo adulto. Mas isso já não acontece com os filmes internacionais. Nossos jovens adoram ver filmes de vampiros, por exemplo, talvez por influência dos amigos.

Você acha que o problema é do público adolescente ou falta mesmo filme para ele?

Acho que de fato ainda falta quantidade de produção aqui no Brasil. A gente produz muito pouco no geral e, para ter qualidade, temos de ter quantidade. Não dá para fazer três filmes e os três serem bons.

Como anda o processo de produção do filme?

Acabei de rodar a primeira das fases, que é a filmagem. Foram quatro semanas e meia de gravação. O filme ganhou um edital [Sabesp] de R$ 900 mil, mas ainda falta captar o dinheiro para finalizar. [O orçamento total do filme é de R$ 2,3 milhões].

Como é a Marina diretora?

Estou descobrindo ainda (risos). Como há um tempo estou fazendo isso, sei bem o que queria. Sou bem aberta, gosto de ouvir todo mundo. Ouvi muito os adolescentes, saber a opinião deles.Eles foram muito disponíveis, tinham um brilho no olho, de querer fazer, de curtir, a gente sente no set.

 

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