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Marina Abramovic || Créditos: Gustavo Zylbersztajn / Revista J.P
Marina Abramovic || Créditos: Gustavo Zylbersztajn / Revista J.P

A brasilidade que conquistou Marina Abramovic na Revista J.P de junho

A relação de Marina Abramovic com a moda pode não ter começado bem – ainda jovem, ouvia que artistas não deveriam se interessar pelo assunto, então usava roupas masculinizadas. Este universo se transformou e, hoje, em sua lista de preferências estão peças da brasileira Sonia Pinto. Esta união entre a artista e a estilista acabou se transformando em um ensaio inspirador – mostrado em primeira mão pela J.P

Foi depois da performance The Lovers na Muralha da China, no fim dos anos 1980, que, mais segura de si, Marina Abramovic decidiu fazer compras em Paris e se encantou por estilistas como Yohji Yamamoto e Riccardo Tisci. Descobriu que, com as escolhas certas, se sentia muito bem usando peças elaboradas. “Lembro de sair da loja e me sentir diferente, como se o mundo se abrisse para mim; e senti que, na verdade, eu estava bem, eu podia vestir a moda, e aquilo não prejudicaria a minha relação com a arte – eu não seria uma má artista se eu fizesse algo assim. Posteriormente, comecei a abraçar a moda de diversas maneiras”, diz ela, na série de três vídeos que acaba de fazer no Brasil, todos parte de um projeto ao lado da estilista Sonia Pinto, de quem ficou muito próxima durante suas visitas ao país no ano passado.

Além do vídeo, filmado por Thiago Pinto, a parceria resultou em um ensaio clicado por Gustavo Zylbersztajn na Luciana Brito Galeria, em São Paulo – publicado com exclusividade na J.P –, em que a sérvia usa apenas peças da designer e mostra sua profunda admiração pela estilista. “Eu ficava sempre me lembrando do que Issey Myiake disse: ‘Por que as roupas devem ser grandes? Por que deve haver espaço entre o corpo e as roupas?’. O espaço nas roupas deve existir porque o espírito precisa viver dentro do seu corpo, entre as roupas e entre o corpo. E Sonia Pinto faz esse tipo de roupa. Ela faz roupas que não só são adequadas ao corpo humano, mas que possibilitam que o espírito viva dentro desse corpo confortavelmente e em equilíbrio”, afirma ela, que hoje é mais que fã e, sim, uma embaixadora internacional do trabalho de Sonia.

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