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||Créditos: Gui Morelli/Revista J.P
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Uma coleção de insetos, móveis encontrados em bazares tipo “família vende tudo” e muita luz natural são alguns dos pontos altos da casa do arquiteto Felipe Hsu

Por Thayana Nunes para a Revista J.P de junho

“Minhas referências vêm de uma época em que os arquitetos tinham o poder de fazer o que quisessem.” Impossível discordar de Felipe Hsu assim que se conhece um pouco a história dele. Com um mix de culturas correndo em suas veias – avô chinês, avó libanesa, além de descendência portuguesa e italiana –, esse paulistano de 29 anos começou a trabalhar cedo, aos 22, e, inspirado em ícones da arquitetura modernista como Oswaldo Bratke, Artigas e Eduardo de Almeida, sempre buscou criar uma identidade própria e contemporânea, longe de amarras comerciais e clichês, como muito se vê nos imóveis atuais. E basta entrar em seu apartamento, em São Paulo, para comprovar toda a inovação em seu olhar.

O dúplex, de 110 metros quadrados, fica em uma das ruas mais concorridas de Pinheiros. Possui janelas que cortam todo o apartamento e tem um pé-direito duplo, daqueles dos sonhos. A mudança aconteceu há dois anos e o primeiro passo foi fazer uma grande reforma, já que a planta original era toda segmentada. Outra preocupação foi acomodar seus muitos livros, uma de suas paixões, sem ocupar tanto espaço. A solução? Uma estante que vai do piso térreo ao teto do andar superior, dividida em nichos, o que dá uma sensação de amplitude. O apê também perdeu paredes, cômodos desnecessários, como o segundo quarto, e alguns metros da sacada, agora parte da sala de estar e jantar. “Acredito que a vida precisa acontecer entre espaços neutros, com muita luz natural. Por isso, dimensionar é fundamental.”

O clima por ali também é de puro design, apesar de Felipe não gostar do “design pelo design”. “A peça para mim tem de ser útil além de bonita”, diz. Prova disso são as mesas de apoio de Jader de Almeida e alguns achados como a poltrona Jangada, assinada por Jean Gillon, usada para os dias de leitura, ou a cadeira de Sergio Rodrigues, que fica no escritório – ambas encontradas em  “família vende tudo”. Já as poucas cores estão nos detalhes: na boia do artista plástico Eduardo Srur – uma das 360 lançadas no espelho d’agua do Congresso Nacional, em 2011, intervenção que chamou a atenção de todo o país – ou na coleção de insetos, vários deles espalhados pela casa em acrílicos ou molduras.  Felipe relembra rindo do aperto que passou quando viajou segurando um quadro com duas espécies dentro do avião, depois de comprá-lo em Nova York.

Para completar, um baú de sândalo trazido da China há mais de 60 anos reina em um dos cantos da sala principal. Em perfeito estado, ele conta que até hoje, ao abri-lo, é possível sentir o cheiro dessa madeira típica da Ásia. A primeira viagem ao país asiático deve acontecer com toda a família ainda este ano, mas Felipe conta que não se sente mais de uma cultura ou de outra. Seu segredo está no equilíbrio.

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