Vida de fofoqueiro não é fácil: que o diga Leão Lobo, que há 45 anos se dedica a falar da vida alheia. Ele já ouviu xingamento de Fafá de Belém, foi esnobado por Vanessa da Mata, cercado por seguranças de pagodeiro e tudo mais de bom e de ruim que os furos proporcionam. Enquanto se enrosca numa confusão e outra, ele só pensa no próximo babado, em sexo e em dormir mais à noite. Vem!
Por Fernanda Grilo para a Revista J.P de junho
J.P: Quem gostaria de ser?
LEÃO LOBO: Hebe Camargo. Pela alegria e jeito de ser. Minha mãe morria de ciúmes porque meu pai namorou a Hebe.
J.P: O que não sai da sua cabeça?
LL: A morte. Tenho 64 anos bem vividos e maldormidos.
J.P: Vício?
LL: Sexo… Nos anos 1980, eu transava até oito vezes por noite e não ficava satisfeito. Descobri com a terapia que estava um pouco doente: a qualidade é o que vale e não a quantidade.
J.P: Um talento que ninguém conhece?
LL: (risos)… Sou bom no sexo. Tenho orgulho da minha perfor¬mance.
J.P: Mania?
LL: Sou metódico. Saio da cama sempre do mesmo lado, banho na mesma hora, mesmo jeito de lavar o corpo, mesmo restaurante até enjoar…
J.P: O maior furo da carreira?
LL: Quando o Jô Soares acertou com o SBT. Na época ninguém saía da Globo.
J.P: Quem rende boas fofocas?
LL: Eduardo Costa, Sabrina Sato, Grazi Massafera… Fofoca tem a ver com inveja.
J.P: Qual o artista mais chato?
LL: Vanessa da Mata, que virou as costas quando o assessor me apresentou. Luana Piovani também sempre brigou comigo.
J.P: E os mais legais?
LL: Ivete, Grazi…
J.P: Já teve problemas por causa dos furos?
LL: Dei a notícia que a Fafá de Belém estava doente. A Fafá ligou me xingando, brava pra caramba. Fiquei muito mal porque fui usado.
J.P: Conta mais!
LL: O Andrezinho, do grupo Molejo, veio me bater com seus seguran¬ças na gravação de um programa. Depois vieram pedir desculpa!
J.P: Como concorrer com as redes sociais?
LL: É legal e completa, na verdade. Isso vai nos reinventando.
J.P: Sofre com os haters?
LL: Não, mas sofro com os covers. A pessoa que registrou meu nome vende cirurgia plástica, acredita?
J.P: O segredo para conseguir um furo?
LL: Minhas pulguinhas (fontes), que precisam ser confiáveis e man¬ter contato o tempo todo.
J.P: O que faz um “artista” dar certo ou não?
LL: A verdade. Pode até fazer bo¬bagem, mas quando passa verdade para o público encanta a todos.
J.P: Privacidade X exposição nas redes sociais?
LL: Isso sempre aconteceu, mas de gente diferente. Pediam para a gente dar a notícia e depois ficavam bravos.
J.P: Ator ou jornalista?
LL: Minha paixão é o teatro.
J.P: Está em cartaz?
LL: Sim! Com a peça que estreou recentemente Uma Comédia do Além, no Teatro Bibi Ferreira, em São Paulo.
J.P: Como foi se assumir homossexual na TV?
LL: Foi sem querer, querendo. Assumi no programa da Sílvia Poppovic, em 1984, quando me chamaram de bicha. Respondi. “Viado eu sou. É um bicho bonito, inteligente, rápido, elegante. De viado pode me chamar.”
J.P: Como era ser homossexual naquela época?
LL: Oh, meu bem, apanhava de caibro, os carecas me perseguiam com soco inglês.
J.P: Voltaria a namorar mulheres?
LL: Fiz uma peça com a Roberta Close e fiquei mexido, mas ela quis inventar um caso entre nós para aparecer em revista, mesmo sendo casada. A partir daí quebrou o barato e recuei. Estava ficando doido.
J.P: Os desafios em ser pai?
LL: Não saber o resultado. Pensava: “Sou homossexual e não sou pai biológico, o que posso fazer com esse bebê?”. A linguagem do amor foi o melhor caminho. Hoje minha filha tem 26 anos e já sou até avô.
J.P: Qual a maior mentira que já contaram sobre você?
LL: Que estava com Aids. Sugeriram isso quando fui suspenso da Band e me proibiram de falar o que estava acontecendo, então desapareci e inventaram a doença.
J.P: Melhor conselho que já deu e recebeu?
LL: É o mesmo! Quer ser ator? Trabalhe, trabalhe, trabalhe e depois estude. Quem me disse foi a Cleyde Yáconis e fiz questão de repassar.
J.P: O que mudaria em você?
LL: Daria aquela emagrecida.
J.P: O que falta fazer na vida?
LL: Um programa com auditório como da Hebe, Jô Soares, Pedro Bial e com plateia participativa.
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