No fim da década de 1960, a peça Hair, de James Rado e Gerome Ragni, estreava em Nova York para se tornar um dos grandes sucessos da história da Broadway. Ninguém imaginaria, porém, que pouco tempo depois, o musical viraria o maior símbolo de uma geração que aguardava ansiosa o novo momento que estaria por vir: a chegada da Era de Aquarius. Agora, próximos da data exata – ou não! – que marca a entrada desse ciclo, o burburinho volta à tona. E já que estamos em agosto, famoso por ser o mês mais místico do ano, J.P foi atrás de quem entende do assunto para saber: o que é, afinal, a Era de Aquarius?
Por Beatriz Manfredini e Thayana Nunes para a Revista J.P de agosto
Ciça Bueno, astróloga e comunicadora
O que são eras? Nosso planeta realiza sete tipos de movimento, entre eles, o da precessão dos equinócios, que é o lentíssimo retrocesso do eixo vertical da Terra. O tempo desse movimento é de, em média, 2.160 anos, o que caracteriza uma era. Não tem uma data específica de quando começou a contagem, mas no ano zero estávamos na Era de Peixes. Por isso, agora estamos nos aproximando da Era de Aquarius.
Estamos em transição? Isso. Estamos no meio da passagem entre as duas e, claro, há inúmeros sinais disso, como a aceleração do tempo, a imposição da tecnologia, a globalização, o homem como centro do universo e a racionalidade. O início do ano 2020 deve marcar de vez a chegada de uma nova forma de pensamento, consciência e civilização. O cinema já fala aos montes disso há muitos anos!
Maína Mello, astróloga e jornalista
O que é a Era de Aquarius? Aquário é signo da tecnologia, da comunicação, da telepatia e da internet. Um signo do elemento ar, das ideias. Diante de tudo isso, é visível como estamos ampliando a nossa consciência e ficando cada vez mais inteligentes. O grande ideal de Aquário é a liberdade: o aquariano é altruísta, a coletividade é aquariana, a democracia é aquariana. E a gente vive este momento. Junto dessas revelações das sombras da humanidade, dá pra ver uma crescente militância, de causas pela luta dos direitos iguais, por exemplo. Isso não deixa dúvida de que estamos entrando nessa era, que seria também uma era de tecnologia sustentável, com novas formas de se relacionar, relacionamentos mais abertos e desapegados e mudanças na estrutura familiar.
Como a gente fica no meio dessas mudanças? Nos anos 1970 já tivemos um período como esse, mas depois veio a ditadura. É sempre assim: há resistência, mas a gente volta. Vai ser um tempo de querer se libertar dos antigos padrões, buscar poder pessoal e criativo, afirmar a individualidade, encontrar a luz na escuridão. Num âmbito maior, vamos contar com muitas surpresas no Brasil. A gente pode ter mais notícias na história política. O mês de agosto, com o Sol em Leão, faz a gente entrar no segundo semestre com possíveis reviravoltas e revelações.
Kátia Gonzalez, terapeuta holística
E essa história de agosto: A gente tem mesmo que ter medo do mês? Agosto tem um significado especial. Até o momento se acreditava que era um mês em que aconteciam coisas ruins, que era o mês do azar – muito porque todo mundo tinha medo e atraíam vibrações e energias baixas. A partir do dia 26 deste mês um ciclo será fechado, e essa história de mês do azar vai ficar para trás. Na nova era, agosto pede sabedoria e atenção: é um divisor de águas.
Você viveu o auge da agitação da Era de Aquarius nos anos 1970. Como foi? Tenho 62 anos, minha geração ficou aguardando a tão famosa era acontecer. Nela, viriam o verdadeiro amor e paz, iríamos tomar conhecimento dos nossos talentos, todos saberiam porque vieram ao mundo e o que tinham de fazer. Quando a era muda, nada mais funciona como antigamente. Dessa vez vamos ter de descobrir quem somos de novo, nos questionar por que gostamos ou fazemos determinadas coisas. Chega de Era de Peixes, em que o importante era possuir, ter, mostrar, aparentar. O que vale, agora, é ser. É um grande momento!
- Neste artigo:
- Astrologia,
- Ciça Bueno,
- Era de Aquarius,
- Hair,
- Kátia Gonzalez,
- Maína Mello,