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Nada ingênuo: Robert Pattinson desta vez não é vampiro

Por Roberta Sendacz

O filme “Cosmópolis” (2012), de David Cronenberg, é um laboratório de experimentos da cabeça do homem moderno, com todos os seus defeitos e atrasos. Se os filmes anteriores do diretor – “Gêmeos, Mórbida Semelhança” (1988) e “Crash, Estranhos Prazeres” (1996) já provocavam o desconforto (total) mental, “Cosmópolis” parece ser pior, já que a história poderia ser real. Pirar no “é mesmo de mentirinha”, normal. Agora quando se toca na possibilidade concreta…

Mas vamos recortar a relação de amor da história: Eric Packer (Robert Pattinson) é um jovem de 28 anos, desses de banco de investimento, rico, inteligente e casado há poucas semanas com Elise Shifrin (Sarah Gadon), uma bela loira que se encanta por artes e letras. Ela vem de uma família rica, está claro no roteiro. Num belo dia, Eric decide cortar o cabelo do outro lado de Nova York. Ora, seus seguranças não o aconselham, pois justo neste dia a cidade está um caos. Ele entra em sua limusine e manda ver. Ao longo desse período, dentro do carro, no percurso até o barbeiro, faz sexo com mulheres, discute bussiness, filosofia, faz exames médicos e encontra Elise para almoçar.

Nesse mesmo dia, ele nega fazer sexo com ela e a mulher acaba com o casamento, superficialmente por essa razão. Aparentemente, Elise não entende que o marido está cheirando sexo. Durante os três ou quatro encontros do casal ao longo da jornada ao barbeiro, os diálogos são muito interessantes. Elise em poucos segundos pontua a relação. E ele não dá um piu. Mais uma derrota das coisas que sobem e descem com muita frequência e velocidade.

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