Wagner Moura está em “Trash”, do inglês Stephen Daldry, ao lado de Selton Mello. “Faço um personagem pequeno, que aparece em flashbacks. A história começa por causa desse cara, José Angelo, que trabalhou 18 anos na casa de um político corrupto só com um determinado objetivo. O espírito dele é que guia três meninos de um lixão a fazerem a coisa certa. Fiquei com vontade de filmar mais com Stephen. Ele me prometeu que, quando tiver um personagem que fale inglês com um acento estranho, vai me chamar. Ou a gente podia fazer ‘Trash 2’ e eu seria um dos meninos crescidos. É muito importante um diretor do peso dele ter esse olhar sobre o Brasil”, disse o ator ao Glamurama.
Espelho da vida
Wagner já está virando quase um especialista no tema corrupção, depois de “Tropa de Elite” e “Elysium”, por exemplo. “A arte – está lá, em Hamlet – é o espelho da vida. E nossa vida no Brasil é muito afetada pela corrupção. Não é que o cinema tenha obrigação de discutir isso, mas é importante quando temos a oportunidade de falar da nossa realidade, dos maus tratos aos pobres, da desigualdade social. E o longa trata disso de forma orgânica. Não está tocando nisso só porque tem que tocar. Gosto da maneira como essa questão é colocada na história, com o olhar de um diretor poderoso e profundo como o Stephen, que tem uma estética diferente da nossa.”
No conforto e no perrengue
E qual a diferença de trabalhar aqui e lá fora? “A diferença maior é o dinheiro. Eles lá têm bastante dinheiro pra fazer as coisas deles. A produção é muito rica. Os atores têm acesso a muito conforto. E eles podem refilmar, se for o caso. Não ficou bom? Faz de novo. Esse dinheiro influencia na cara que os filmes grandes, de efeito, de Hollywood têm. Mas, do ponto de vista técnico, as equipes do Brasil são muito boas e sabem se resolver no perrengue, tipo um jogador de futebol.”
Enquanto isso, na Colômbia
Wagner está gravando “Narcos”, uma série sobre Pablo Escobar com José Padilha na Colômbia, para o Netflix. “Já terminamos os dois primeiros capítulos da primeira temporada. Volto pra lá amanhã”, contou. “Estou com o Padilha, que é meu irmão, com o Lula Carvalho… Estou superfeliz. Tem uma equipe de brasileiros. E também tem sido um prazer conhecer colegas latino-americanos. Por falarmos português, ficamos à parte dessa cultura latina. É aquela coisa: tão perto, tão longe. Agora estou trabalhando com gente do Chile, da Argentina, México, Venezuela. Está sendo muito legal. Não conhecia a Colômbia. É um país muito parecido com o nosso: quente, acolhedor, com pessoas que falam pegando na gente. Minha família ficou aqui. Estou indo e voltando. Vamos parar no Natal, e depois recomeçamos em 2015.” (Por Michelle Licory)
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