A poucos dias do lançamento do volume II de “Naomi Campbell”, pela editora Taschen, um trecho do texto autobiográfico que acompanha o livro – compilado de fotos que marcaram a carreira da top – foi divulgado pelo site do “The Guardian”. Leitura ótima para quem deseja saber mais sobre a vida de Naomi, considerada uma das maiores top models do mundo, ao lado de uma geração power que inclui Cindy Crawford e Linda Evangelista.
As revelações partem da infância simples da modelo em Londres, onde ela morava com a avó até os 12 anos e pegava várias conduções para chegar até o colégio. Sua mãe, Valerie, era uma dançarina e vivia na Itália e depois na Suíça. Nesta época, quando tudo começou, Naomi participou do clipe de “Is This Love”, de Bob Marley. “Nossa família amava reggae. Eu tinha apenas 7, e não sabia no que isso implicaria”.
Entre os momentos mais importantes de sua vida, Miss Campbell relata o episódio em que teve todo seu dinheiro roubado durante uma viagem a trabalho em Paris, e conheceu, por meio de uma colega de trabalho, o estilista Azzedine Alaïa, com quem criou uma relação muito forte. “Ele foi muito bom e sugeriu que eu ficasse com ele em vez de em um hotel. Ele falou com a minha mãe no telefone em francês e no dia seguinte eu me mudei para a casa dele na Rue du Parc-Royal.(…) Por não ter uma figura paterna, acho que eu procuro qualidades paternais em homens que respeito e admiro, como Chris Blackwell, da Island Records, e Quincy Jones. (Os filhos de Quincy me tratam como irmã.) O mesmo acontece com Azzedine, a quem eu chamo de ‘Papa’. Ele me chama de ‘Ma fille’.”
Na lista de pessoas mais importantes que conheceu durante o período em que foi editora contribuinte da revista “GQ” britânica e editora nas revistas “Interview” da Rússia e Alemanha, Naomi lista grandes chefes de estado como Hugo Chávez, que apresentou pessoalmente Caracas a ela, Vladimir Putin e até Lula.
Sobre as dores e alegrias de sua trajetória na moda, desabafa: “Quando comecei, eu não estava sendo escolhida para certos desfiles por causa da cor da minha pele. Não deixei que isso me abalasse. De assistir a audições e performances desde nova, eu entendia o que significava ser negra. Você tem que colocar um esforço extra. Você tem que ser boa duas vezes”. E comenta sobre o impacto de estrelar a primeira capa da “Vogue” francesa com uma modelo negra, em agosto de 1988. “Eu estava orgulhosa, mas só mais tarde descobri que estava fazendo história. Caso contrário, eu teria sentido muita pressão.”
No ano seguinte, Naomi foi chamada por Anna Wintour para estrelar a capa da edição de setembro da “Vogue América” – a mais importante da publicação. “Foi desesperador, porque eu entendi a importância de ser uma modelo negra. Esta foi a primeira edição de setembro dela como editora-chefe, e eu acho ela recebeu muitas críticas por isso. Eu serei grata para sempre.”
*O livro estará disponível à venda a partir de abril.
- Neste artigo:
- livro,
- modelo,
- Naomi Campbell,
- Taschen,