A partir dessa quinta-feira, vítimas dos supostos crimes sexuais cometidos por Jeffrey Epstein começarão a receber indenizações pagas pelos administradores judiciais do espólio de mais de US$ 634 milhões (R$ 3,34 bilhões) deixado pelo multimilionário que teria se suicidado na cadeia em agosto do ano passado. O dinheiro virá de um fundo criado em novembro pela justiça de Nova York, e que é composto por todos os bens e investimentos amealhados em vida por Epstein, e em alguns casos será usado para selar acordos financeiros antes de qualquer possível veredito.
Poucas semanas antes de morrer, Epstein, que não tinha herdeiros, se tornou réu uma ação federal na qual foi acusado de ter estuprado várias mulheres e abusado sexualmente de muitas outras, na maioria dos casos menores de idade. Ele possuía imóveis em vários lugares dos Estados Unidos, sendo o mais famoso uma townhouse na Big Apple que, uma vez exposta ao público, lembrava mais um museu de esquisitices. Seu interior continha desde um quadro no qual Bill Clinton é retratado com pernas de mulher a um poodle empalhado junto com as próprias fezes.
Também dono de uma ilha no Caribe que chegou a ser apelidada de “Ilha da Pedofilia” por supostamente ter sido o palco de muitos desses abusos, Epstein, que morreu aos 66 anos, é o tema da série documental “Jeffrey Epstein: Filthy Rich” (“Jeffrey Epstein: Podre de Rico”, em tradução livre), que foi lançada no mês passado pela Netflix e já chegou causando barulho. Isso porque, entre outras coisas, a produção trouxe à tona detalhes sobre um esquema de pirâmide que teria sido orquestrado pelo ex-bambambã das finanças a fim de sempre atrair novas vítimas. (Por Anderson Antunes)