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A revista J.P escalou um time que se encaixa na máxima “de perto ninguém é normal” para sua edição de agosto: eles gostam de pirar a cabeça de vez em quando, levam a vida com humor e estão cansados da era do politicamente correto. Porque feliz mesmo é quem assume suas doidices!

Felipe Morozini

Planeta dos Macacos

Quando lançou a exposição “Primeira Individual Retrospectiva”, em 2011, Felipe Morozini desejava encher a Zipper Galeria, em São Paulo, de convidados ilustres. Nada de críticos ou personalidades das artes. O fotógrafo paulistano queria mesmo é ter macacos no evento. “Tenho um lance com macacos. Queria saber o que eles sentiriam ao ver as fotos”, diz o artista, que estuda sobre a vida dos primatas desde sempre e sonha em levar a mostra para Uganda, na África. “Acho que me vejo neles, tenho uma relação íntima. Minha mãe sempre me disse que não sou deste planeta”, diz, rindo. Os cliques de Morozini têm algo de voyeur e um humor ácido e inteligente que, segundo o próprio, é essencial para sobreviver. Quem já foi clicado por ele para o projeto “Feio na Foto”, de 2010, em que mostrava imagens de amigos em poses bem “vida real”, sabe do que se trata. “Acordo todos os dias sorrindo. Nunca fico de mau humor, até chego a irritar meus amigos de vez em quando.” Sua loucura atual? “Canto o dia todo, durante o trabalho, no trânsito… O movimento da música é inspirador.”

 

Anna Gelinskas e Sergio K.

Botão especial

Anna Gelinskas, 35 anos, morre de preguiça de se levar a sério. Cantora, dançarina e uma das hostesses mais concorridas do circuito festeiro de São Paulo, ela se formou em história e arqueologia na faculdade, mas foi longe dos bancos acadêmicos que se encontrou. Queria ser artista desde a época em que se montava para frequentar boates como Madame Satã. “Os anos 1990 foram um período muito rico de contracultura. Tinham os clubbers, o pessoal da cena gótica. Adorava!”, relembra ela, que diz ser daquelas mulheres sem medo de arriscar um novo look. “Se no palco tenho de ser romântica e feminina, na vida real posso ser uma drag queen, supermaloqueira, total rock’n’roll. Roupa é reflexo de quem você é”, brinca. “Hoje, a internet mudou muito o jeito que as pessoas se vestem. Tudo igual! É preciso filtrar e buscar o que te faz único.” Uma das loucuras que admite é nunca ter tido medo de cortar os cabelos. Passava anilina, papel crepom, fazia moicano, dread e tudo bem. “Nasci com um botão gigante de foda-se.” Bem no estilo Charles Bukowski, seu autor de cabeceira.

Mais humor, por favor

“Ninguém mais tem senso de humor! Está tudo tão careta que ficar na mesmice é muito chato.” É assim que Sergio Kamalakian, o Sergio K., dono da marca que leva seu nome, descreve o mundo atual. E, no que depender dele, o cotidiano ganha uma pitada de humor: suas festas de aniversário são sempre assunto, já que ele reúne desde descolados do hi-society até ex-integrantes de reality shows e celebridades B da TV – neste ano, teve dançarinas nuas, jaula com travesti e show do grupo É o Tchan!. As críticas são muitas, mas nada abala o empresário, que também é famoso por suas camisetas com dizeres pouco convencionais como Rivotril e Lexotan. Sergio é assim: se descreve meio “fora da casinha” e não tem muito pudor para encarar a vida, afinal, não deve nada a ninguém. Durante o papo com J.P, saca seu celular e começa a mostrar fotos de encontros regados a boa música que ocorrem em seu apartamento nos Jardins, todos os fins de semana. Tem de tudo: a  funkeira Anitta cantando em cima do sofá, o humorista Ceará tocando violão, show de Lepo Lepo, Alinne Rosa. De repente, exibe um vídeo em que aparece cantando “Viver e não ter a vergonha de ser feliz…”, que resume muito o nosso papo. “Não sou um cara louco. Sou um cara tímido até”, diz. E finaliza, rindo: “Me dei alta da terapia quando a psicóloga disse que não consigo ficar sozinho porque nem eu mesmo me aguento”.

Johnny Luxo

Salto fino

O DJ Johnny Luxo, 41 anos, vai de um extremo ao outro: quando está ligado no 220 volts, embala uma noite inteira de festa mesmo após passar o dia todo trabalhando em seu e-commerce, no qual vende acessórios e roupas com sua curadoria. Nessas horas pilhadas, ele ainda inventa projetos – caso do Calça Justa, uma paródia ao Saia Justa, do GNT. Mas ele tem também seus momentos no “1 volt”: gosta de ficar em casa com os amigos ou seus bichos de estimação e se preocupa com a saúde fazendo aulas de natação. Quando fala sobre as polêmicas fotos de seu Instagram – tem até Jesus com o rosto do Ronald McDonald –, ele logo dispara: “Sou apenas uma criança grande”. Tanto é que uma de suas manias é andar de montanha-russa. Vale viajar o mundo atrás das mais altas e rápidas. Tanta excentricidade chamou a atenção de muita gente: Johnny fez várias participações em novelas e programas de televisão durante a carreira. Uma em especial: foi entrevistado por Clodovil Hernandes. “Ele me viu andando pela rua Oscar Freire de jeans, camiseta e salto altíssimo na cor  rosa. Eram os anos 1990, né?”  (Por Thayana Nunes)

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