Aos 38 anos e com muito bom humor, Antonio Prata retrata em seu novo livro alguns dos maiores dilemas enfrentados por sua geração. Em “Trinta e Poucos”, que chega esta semana às livrarias, o escritor e roteirista reúne suas melhores crônicas escritas ao longo de seis anos e publicadas na “Folha de S.Paulo”, com temas como a chegada dos filhos, o embate entre vida profissional e familiar e como compreender o país, e ainda arrumar tempo para um futebol na quarta-feira. Em bate-papo com Glamurama, Antonio falou que não teve uma crise propriamente dita, mas sim a primeira percepção de que está envelhecendo. Ele ainda revelou que está preparando um livro sobre a adolescência. À entrevista:
Glamurama – Como foi o processo de seleção dos contos da para esse novo livro?
Antonio Prata – Quando lanço um livro de crônicas, o primeiro critério é o da qualidade: quais as melhores crônicas? Depois disso a pergunta é: dessas que eu mais gosto, quais ficaram datadas, perderam a importância com a distância do fato que por ventura as fez nascer? Essas caem também. E por último tem os toques sempre valiosos do editor, que assassina mais algumas sem compaixão.
Glamurama – De alguma forma, você passou, ou ainda passa, pela crise dos 30?
Antonio Prata – Hum, não sei bem se tive crise aos trinta. Acho que não, do ponto de vista de uma crise interna. O que tive, e está bastante presente no livro, foram as alegrias e dificuldades que a vida de alguém com essa idade traz. Filhos, casamento, a primeira percepção de que estamos envelhecendo… Muitas das crônicas do livro falam sobre isso, mas ele não é exatamente sobre nada. É uma seleção de crônicas escritas num determinado período, os últimos seis anos.
Glamurama – Os 30 de agora ainda são mesmos 30 no sentido balzaquiano? Ou muita coisa já mudou de lá para cá?
Antonio Prata – Xi, não li “A mulher de 30 anos” [de Honoré de Balzac]. Mas sei que a protagonista está na casa dos 30, se chama Julia e é linda. Minha mulher está na casa dos 30, se chama Julia e é linda. Ou seja, algumas coisas não mudaram (risos).
Glamurama – Quais são seus próximos projetos?
Antonio Prata – Antes de “Trinta e poucos” publiquei um livro chamado “Nu, de botas”, que falava sobre a infância. Agora estou escrevendo um romance focado na adolescência, mezzo autobiográfico, mezzo ficção. Também estou participando de uma série na Globo, que deverá ser filmada em 2017, e escrevendo as crônicas aos domingos, na Folha.
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