O cantor e compositor Chico Buarque comemora 76 anos de idade nesta sexta-feira, e Glamurama não poderia deixar de homenagear um dos nomes mais importantes da música brasileira. Para a data não passar em branco, criamos um guia especial com os CDs mais importantes de sua carreira, livros que escreveu e documentários/filmes que entregam detalhes preciosos de seu universo particular. Sem mistérios e firulas, o guia abaixo descomplica e mostra o melhor de um dos cantores mais amados do Brasil. Vem!
LIVROS
“Essa gente”, de 2019
Essa gente, seu primeiro livro após a consagração do prêmio Camões de 2019, que celebra autores que tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa. Jair Bolsonaro, atual presidente do país, não assinou o diploma da premiação, já que Chico é um grande crítico do seu governo. O livro conta a história de um escritor decadente que enfrenta uma crise financeira e afetiva enquanto o Rio de Janeiro colapsa à sua volta.
“A Banda”, de 1966
Chico tinha apenas 22 anos quando publicou seu primeiro livro, que contém os manuscritos de suas primeiras composições, além do conto Ulisses e uma crônica de Carlos Drummond de Andrade sobre “A Banda”, faixa do primeiro disco do músico, “Chico Buarque de Hollanda”.
“Estorvo”, de 1991
É o primeiro romance do músico, que começou a escrever a obra no Rio de Janeiro e a finalizou em Paris, em 1990. A história narrada é em primeira pessoa e acompanha um homem perturbado em uma trajetória obsessiva, pautada por acontecimentos estranhos.
“Budapeste”, de 2003
Adaptada para o cinema em 2009, a obra rendeu a Chico o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2004. José Costa é um ghost-writer que estabelece uma vida de idas e vindas entre a cidade que dá título ao livro e o Rio de Janeiro. O filme, dirigido por Walter Carvalho, é protagonizado por Leonardo Medeiros.
“O irmão alemão”, de 2014
A partir da memória e da história familiar, Chico Buarque constrói romance sobre a busca obsessiva do autor/narrador por um irmão desconhecido, misturando as fronteiras entre ficção e realidade.
CDs
“Chico Buarque de Hollanda” (1966)
Influenciado diretamente pela bossa nova de João Gilberto, a ginga do violão de Jorge Ben e a literatura de Guimarães Rosa, o disco reúne as primeiras pérolas do carioca. O pontapé veio com “Pedro Pedreiro”, que anteciparia questões sociais na carreira do compositor. “A Banda”, seu primeiro grande sucesso, lhe renderia um programa de televisão com Nara Leão e o primeiro embate com a ditadura militar.
“Construção” (1971)
Álbum considerado o divisor de águas na obra do cantor, marca o início de um compositor maduro e engajado. Como foi lançado após seu retorno do auto-exílio na Itália, as canções têm uma base social e política, uma espécie de denúncia.
“Paratodos” (1993)
Músicas que falam sobre música, sobre o ato de compor. Isso se dá porque Chico havia abandonado a música para se dedicar ao seu primeiro romance, “Estorvo”. Depois de lançar o livro, o artista sentiu a necessidade de redescobrir o violão. E assim nasceu o repertório: algumas inéditas, algumas regravações. Conta com participação de Gal Costa e as fotos de Chico na capa foram feitas em sua adolescência por policiais, para sua ficha criminosa – Chico e um amigo haviam roubado um carro em São Paulo e passaram a noite na prisão.
“Caravanas” (2017)
Afastado dos palcos desde 2012, Chico voltou a fazer uma turnê que ganhou registro posteriormente. Em “Caravanas”, 30 músicas do artista que retratam o momento de tensão política e social, seja em
referência ao seu tempo particular, acima de qualquer cronologia.
DOCUMENTÁRIOS
“Chico – Artista Brasileiro”
Na produção de Miguel Faria Jr., que passa em revista a vida e a obra do compositor, cantor e escritor Chico Buarque, é possível desvendar diversas versões do homenageado: músico, escritor, boleiro, ativista, ator, marido, irmão, vovô, morador do Leblon. Ainda que seja ancorado no passado, o documentário joga para o presente, acompanhando a busca de Chico em Berlim pelo irmão que não conheceu.
“Uma Noite em 67”
Documentário lançado em 2010 pelos diretores Renato Terra e Ricardo Calil, mostra como foi o dia 21 de outubro de 1967, quando, no Teatro Paramount, centro de São Paulo, aconteceu a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Entre os finalistas estavam Chico Buarque e Gilberto Gil. Com cenas históricas e entrevistas com pessoas que viveram intensamente aquela noite, o longa se divide entre cenas de arquivo e atuais, mostrando-se essencial para entender o momento vivido pelo Brasil no final da década de 60.
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