“A saga da Chapecoense, sua ascensão dentro de campo, o acidente trágico, o título da Sul-americana, são elementos únicos e incomparáveis na história do esporte. É uma honra poder fazer este mural na arena que testemunhou esta história ímpar e criar um gol, um gol que só pôde acontecer através da arte. Eu por tudo isso me sinto realizado”, contou Consentino ao Glamurama.
O painel tem 20 metros de altura e 16 de comprimento e está praticamente na metade de sua conclusão. Já se passaram cinco dias de trabalho e o que dificulta a criação é sua altura. “É preciso andaime para o pintor se locomover e andar de um lado para o outro no mural, além de segurança”, explica Simone Tavares, produtora do projeto, que está sendo bancado pela Tintas Coral. Mais de 45 cores compõe o mural – só tons de verde são 20. Uma equipe de vídeo está acompanhando todo o processo.
O painel vai representar “O Gol Eterno” e vai homenagear “o time campeão da Sul-América 2016, e não o time que sofreu a tragédia”, frisa Simone. O burburinho em volta da criação da obra está a mil na cidade, dominada por descendentes de alemães. Consentino usa técnica quadriculada para suas pinturas.
O conceito, criado em parceria com o comentarista Rafael Hazel, um dos seis sobreviventes do acidente, tenta fugir do óbvio. O que podemos adiantar é que, além dos jogadores retratados na obra, a cena representa “O Gol Eterno” e ganhará narração de Hazel, que estará disponível via um QR Code que será colocado ao lado da mega obra. Um pedaço do painel será dedicado ao memorial com os nomes das vítimas do acidente.
Instalado em uma das entradas da Arena Condá, o trabalho deve ficar pronto por volta do dia 15 de dezembro, levando em conta que o andamento da obra está sujeito às condições climáticas. A inauguração oficial do mural acontece apenas no dia 22 de dezembro, dia em que acontece um amistoso da Chapecoense contra o time de amigos do técnico Tite, conhecido como Carrossel. Neste meio tempo, ele ficará totalmente coberto.
Nessa quarta-feira, dia que completou um ano da tragédia, o estádio ficou aberto 24 horas, com muitas visitas e homenagens como holofotes de luz direcionados para o céu. (Por Julia Moura)
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