Um vazamento que afeta mais de 87 milhões de pessoas não é algo que se resolve do dia pra noite, e no caso do #FaceLeaks a solução pode demorar até três anos para ser encontrada. A estimativa é do próprio Mark Zuckerberg, cofundador e CEO do Facebook, alvo de um dos maiores escândalos no mundo conectado. O bilionário de 33 anos tocou no assunto durante a F8, conferência realizada pelo gigante das redes sociais, desde 2007, que serve basicamente para o anúncio de grandes novidades.
A edição deste ano começou na terça-feira – em San Jose, na Califórnia – e dura só até o fim desta quarta. Sem surpresas, o assunto mais discutido é o suposto compartilhamento ilegal dos dados pessoais de usuários do Face com a empresa britânica Cambridge Analytica, do qual o próprio Zuck já afirmou ser vítima. Antes que lhe fizessem perguntas constrangedoras, ele tratou do tema de antemão no evento.
“Essa conferência vai ser só sobre isso [nesse ano]”, falou o quinto homem mais rico do mundo logo de cara e sobre o desafio de reconstruir a confiança na empresa que comanda. “De um lado temos a responsabilidade de manter todo mundo a salvo e livre de ameaças como, por exemplo, a integridade de eleições, fakes news e violações de privacidade. De outro temos que continuar construindo uma comunidade de acordo com aquilo que esperam de nós.”
Como não dá ponto sem nó, Zuckerberg aproveitou a ocasião para revelar que o Facebook está desenvolvendo seu próprio serviço de “online dating”, nos moldes do Tinder e afins. A notícia repercutiu negativamente na concorrência: dona do aplicativo de namoro virtual, a Match Group Inc. viu suas ações recuarem mais de 24% na bolsa eletrônica Nasdaq nas últimas 24h, enquanto as do site de relacionamentos saltaram mais de 5%.
Já existem inclusive análises sobre a compra do Tinder pelo Facebook, numa forma de “combinar” os serviços oferecidos pelo app com os da nova plataforma que está no forno. Para isso seriam necessários pouco mais de US$ 10 bilhões, soma que Zuck pode levantar num piscar de olhos. Para muita gente é isso ou um fim parecido com o do Snapchat, que há cada dia perde mais espaço para o Stories, do Instagram. Zuck, é claro, está pronto para o abate. (Por Anderson Antunes)
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