Foi-se o tempo em que para ser galã de Hollywood era preciso interpretar personagens dominadores. Isso porque dois dos atores em alta na terra do cinema estão bem longe desse perfil e fazem mais o tipo “homem sensível”: são eles Timothée Chalamet, que continua arrasando os corações delas (e deles) por causa do papel que teve em “Me Chame Pelo Seu Nome”, hit do ano passado, e agora Noah Centineo, que estrela o romance teen “Para Todos os Garotos que Já Amei”, baseado no livro de mesmo nome publicado em 2014 pela escritora americana Jenny Han. A produção ganhou uma adaptação cinematográfica por encomenda da Netflix e estreou em meados de agosto. O consenso entre os críticos, que a adoraram, é que o filme funciona justamente por mostrar o adolescente Peter (papel de Centineo) como um garoto vulnerável e ao mesmo tempo capaz de gerar empatia, mas sem apresentá-lo como inacessível ou – pior do mundos! – arrogante.
Trocando em miúdos, trata-se da versão masculina e totalmente oposta das “girls next door”, a expressão americana que define aquelas meninas que todos admiram e com as quais fantasiam, sem jamais ter coragem de chegar perto delas para se declarar. Chalamet e Centineo estão fazendo sucesso justamente por interpretam personagens desses, tidos como “da vida real”, que também sofrem por amor e coisas do gênero e não se esquivam de um bom drama.
Claro que isso que tem muito a ver com a idade deles – ambos têm apenas 22 aninhos – e com a postura de bons moços que adotam quando são vistos em público. Mas não dá pra deixar de lado que uma das demandas feitas por integrantes de movimentos como o #MeToo é mostrar as mulheres sob uma nova ótica no cinema e na TV, sem dar a elas o ar de serem subjugadas por homens, seja física ou emocionalmente. Será que o pedido delas já está dando resultados? A conferir. (Por Anderson Antunes)
