O Tate Modern, um dos museus mais famosos de Londres e que em 2016 ganhou uma sede novinha em folha, acaba de tomar uma decisão impensável para a grande maioria de seus equivalentes no mundo: fundado em 2000 e bancado quase que totalmente pela iniciativa privada, o tradicional museu britânico decidiu rejeitar uma doação de £ 1 milhão (R$ 5,1 milhões) que estava pra receber da família Sackler, uma das mais ricas dos Estados Unidos e a mesma que já havia presentado a instituição com somas parecidas no passado.
Tudo por conta da origem da fortuna dos Sacklers, os acionistas controladores da gigante farmacêutica Purdue Pharma, que por sua vez produz o analgésico OxyContin. É que o medicamento “parente” da morfina é um dos mais vilanizados nos EUA atualmente, onde é apontado como o principal responsável pela crise de opioides que se tornou o maior problema de saúde pública do país de uns tempos pra cá.
No mês passado, a National Portrait Gallery, que também fica na capital inglesa, já tinha sido ameaçada de boicote pela fotógrafa Nan Goldin caso aceitasse dinheiro dos Sacklers. A questão é delicadíssima, sobretudo porque vários outros museus, britânicos e de outros lugares da Europa, dependem desses cheques polpudos que nem sempre são assinados por pessoas, empresas e até por governos que podem ser classificados como exemplos perante a sociedade. Se a moda pega… (Por Anderson Antunes)
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