Sexta-feira foi dia de comemorar a abolição da escravatura nos Estados Unidos, que ocorreu em 1865. Apesar de não ser um feriado nacional oficial no país, a data – que é conhecida como “Juneteenth” e também “Dia da Liberdade” – teve um significado ainda mais especial nesse ano, em razão do assassinato de George Floyd, um americano negro, por um policial branco de Minneapolis, semanas atrás. O crime trouxe à tona sentimentos antirracismo que muitos americanos suprimiam há tempos, e resultou em vários protestos por lá.
Justamente por causa disso que várias empresas dos EUA resolveram pegar carona nisso para anunciar novas políticas de inclusão, como foi o caso da Jordan Cooper LLC, uma administradora de condomínios de luxo de Nova York que resolveu considerar o Juneteenth como feriado a partir de agora e deu folga aos seus colaboradores na sexta, também convidados todos eles a pensarem novas formas de diminuir as diferenças sociais entre negros e brancos.
Mas, aparentemente, nem todas entenderam o verdadeiro significado do momento que os americanos estão vivendo. A Amazon, por exemplo, achou que seria uma ótima ideia distribuir também na sexta frango frito e waffles para os funcionários de um armazém que mantém em Chicago (ambos os pratos são bastante populares entre a população afrodescendente mais pobre dos EUA, mas oferecê-los dessa forma reforça um estereótipo de que todos os negros os curtem).
Talvez ainda pior do que essa gafe da gigante do e-commerce foi o filtro que o Snapchat lançou na mesma ocasião, de correntes que lembravam as usadas em escravos. Os responsáveis pela ideia queriam que os usuários do app postassem fotos com a novidade (já excluída) para ajudar a “quebrar as correntes da escravidão” que ainda existem nos EUA, o que não pegou nada bem. Oona King, vice-presidente de diversidade, igualdade e inclusão da Snap Inc., dona do Snapchat, ao menos se desculpou pelo erro. (Por Anderson Antunes)
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