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Sharon Olds é uma poeta contemporânea americana. Nascida em 1942, em São Francisco, ela atualmente dá aulas de escrita criativa na New York University. Olds tem uma dezena de livros publicados na América e, infelizmente, nenhum no Brasil. Aliás, já estava na hora de algum dos nossos editores realizar esta façanha. Enquanto isso, a coluna dá uma palinha da sua poesia e se atreve a traduzi-la, para simplificar a vida de quem eventualmente estiver com preguiça de ler em inglês.

 Foto: Reprodução

Sex Without Love

How do they do it, the ones who make love
without love?  Beautiful as dancers,
gliding over each other like ice-skaters
over the ice, fingers hooked
inside each other’s bodies, faces
red as steak, wine, wet as the
children at birth whose mothers are going to
give them away. How do they come to the
come to the come to the God come to the
still waters, and not love
the one who came there with them, light
rising slowly as steam off their joined
skin?  These are the true religious,
the purists, the pros, the ones who will not
accept a false Messiah, love the
priest instead of the God.  They do not
mistake the lover for their own pleasure,
they are like great runners: they know they are alone
with the road surface, the cold, the wind,
the fit of their shoes, their over-all cardio-
vascular health–just factors, like the partner
in the bed, and not the truth, which is the
single body alone in the universe
against its own best time.

by Sharon Olds

 Foto: Reprodução

Sexo sem amor

Como fazem isso, os que fazem amor
sem amor? Belos como bailarinos
deslizando um sobre o outro como patinadores
sobre o gelo, dedos fincados
dentro do corpo do outro, faces
vermelhas como bife, vinho, molhados como
recém-nascidos, cujas mães vão
abrir mão deles. Como eles chegam a
chegam a chegam a Deus chegam
às águas calmas, e não amam
a quem chegou lá com eles, luz
nascendo lentamente como vapor
da sua pele misturada? Estes são os verdadeiros religiosos,
os puristas, os profissionais, aqueles que não
aceitarão um falso Messias, amando
o padre em vez de Deus. Eles não
confundem o amante pelo seu próprio prazer,
são como grandes corredores: sabem que estão sozinhos
com a superfície da estrada, o frio, o vento,
o ajuste do seu tênis, sua saúde
cardiovascular – apenas fatores, como o parceiro
na cama, e não a verdade, que é
o corpo sozinho no universo
contra o seu próprio tempo.

Por Luciana Pessanha

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