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Crédito: TVGlobo/João Cotta
Sérgio Malheiros como Diego  ||  Crédito: TVGlobo/João Cotta

Sérgio Malheiros está de volta às telinhas como Diego, personagem de ‘Verão 90’. Longe das novelas desde “Malhação: Pro dia nascer feliz” (2016), seu personagem, um jovem negro de origem humilde, fará par romântico com Marina Moschen, uma patricinha branca. Além do romance, a história promete levantar muitas bandeiras importantes além da representatividade negra. Glamurama conversou com o ator de  25 anos que entregou seu envolvimento, conhecimento e interesse por esse assunto de extrema importância e ainda revelou detalhes de seu namoro de quatro anos com Sophia Abraão. Será que vem casamento por aí?

Glamurama: Seu personagem em ‘Verão 90’, o Diego,levanta questões sobre os direitos dos negros nos anos 90. Como você se preparou para falar sobre este tema?
Sérgio –Eu fiz uma extensa pesquisa por meio de documentários, filmes e séries a respeito dos jovens da época, de onde eles tiravam as suas referências sociais e comportamentais, e percebi que tiveram muita influência dos norte-americanos. Fui cavando em torno disso. Mas ainda é um tema a ser discutido hoje porque, infelizmente, tem muita coisa que não mudou e as indignações dos anos 90 ainda podem ser vistas atualmente. A representatividade negra é um tema próximo da minha realidade, então abordar esse assunto foi mais natural.”

Glamurama: Você levanta esta bandeira na sua vida? 
Sérgio –Sim, eu acho que é um tema fundamental, que temos que abordar cada vez mais. Se eu não me vejo, não existo. Os jovens precisam dessa referência para saberem que é possível chegar lá, é possível ter sucesso e faço isso ao exercer minha profissão. Mas não realizo isso sozinho. Tem uma galera enorme no mundo inteiro que faz parte desse movimento. A repercussão da representatividade no meio artístico só foi levantada porque tiveram vozes para iniciar isso e hoje estamos colhendo alguns frutos. Ainda não é o cenário ideal e tem muita coisa para mudar, mas estamos no caminho.”

Glamurama: De 15 anos para cá, quando você começou a trabalhar como ator, e 30 anos em relação ao tempo da novela, como o papel do negro se transformou na TV e no mundo profissional?
Sérgio –É complicado falar com certeza, porque por mais que tenha começado muito novo na carreira quando tomei consciência do que queria fazer profissionalmente já era uma época um pouco mais aberta e as oportunidades eram diferentes. Hoje percebo que os atores negros têm mais variedade de papéis, fugindo do estereótipo que sempre nos colocavam. Fui feliz em todos os meus personagens. Todos me tiraram do lugar-comum, mas sei que às vezes não é bem essa a realidade do ator negro no Brasil.”

Glamurama: Quais os desafios deste papel?
Sérgio – “Tenho desafios mais físicos com o Diego, porque de discurso a gente se assemelha muito. O Diego é um surfista de ondas gigantes e por mais que tenha se formado como advogado para lutar pelos direitos dos negros, é na carreira como surfista que ele tem mais voz. Então tive que treinar muito surf nos últimos meses. Era uma prática que eu tinha há alguns anos, mas estava um pouco enferrujado (risos).”

Glamurama: Você é muito jovem… Já pensou em mudar radicalmente de profissão?
Sérgio – “Nunca pensei nisso, mas se a carreira artística não tivesse acontecido, tenho quase certeza de que teria seguido a de professor. Tenho paixão pelo conhecimento e em passar o conhecimento adiante. Ainda hoje planejo fazer um documentário voltado para a educação, um projeto paralelo mesmo.”

Glamurama: Qual projeto você sonha em fazer, além desse documentário?
Sérgio –Nossa, tenho muitos sonhos! Quero fazer mais personagens que me tirem da zona de conforto, o Willbert de “Impuros” (série da Fox Premium) foi um deles, e investir ainda mais na carreira como diretor. Tenho vários projetos na Malheiros Filmes que estão para acontecer.”

Glamurama: Você e a Sophia namoram há quatro anos. Vocês vivem juntos?  Como definiria o relacionamento de vocês?
Sérgio –Sim, atualmente moramos juntos. Somos muito parceiros e companheiros de vida, um sempre dando suporte ao outro. Acho que essa é a melhor forma de nos definir.”

Glamurama: Tem planos de casar com direito a igreja, festa e tudo mais?
Sérgio –Por enquanto estamos vivendo um passo de cada vez, mas se formos oficializar a união seria algo mais íntimo para a família e amigos. Porém, ainda temos muito para conquistar tanto profissional como pessoalmente.”

Glamurama: Querem ter filhos?
Sérgio –A gente pensa nisso, mas não é um plano para agora. Tudo ao seu tempo.” (por Paula Barros)

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