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Pedras e cristais do Musée de Minéralogie // Crédito: Mario Kaneski

Paris é cheia de endereços secretos, de restaurantes a galerias de arte passando por bares, boutiques e jardins. Hoje, vamos desvendar um museu escondido ao lado do Jardim de Luxemburgo, o esplêndido Musée de Minéralogie. O espaço reúne cerca de 100 mil amostras de minerais, rochas, meteoritos, mas também pedras preciosas – muitas delas brasileiras. A coleção é uma das primeiras e mais importantes do mundo, permanecendo, em grande parte, desconhecida do público em geral. Assim como o próprio charme do antigo Hôtel de Vendôme onde o museu esta localizado.

Para chegar a este precioso museu de 1.000 m2, você deve primeiro entrar na École des Mines e, em seguida, subir uma imponente escadaria de mármore para finalmente chegar a uma sequencia de salas. Nada ou quase nada mudou desde que o museu se instalou no local, em 1850. Não existe cenografia espetacular ou interações virtuais, o piso de madeira estala a cada passo e seus janelões oferecem uma vista maravilhosa para as estufas do Jardim de Luxemburgo. Quanto aos minerais, eles estão dispostos em armários de carvalho húngaro, em gabinetes de curiosidades, aqueles lugares onde, durante a época das grandes explorações e descobrimentos dos séculos XVI e XVII, se colecionava objetos raros ou estranhos dos três ramos da biologia considerados na época: animal, vegetal e mineral.

O museu é organizado pelos professores e estudantes de engenharia da École des Mines desde sua criação, em 1783. Eles fazem um trabalho continuo de coleta de amostras e de inventariado de cada recurso mineral presente na França e no mundo. Atualmente, são 100 mil peças, meticulosamente organizadas por família, composição química e segundo o sistema de classificação internacional. Alguns exemplares são raríssimos, como as duas azuritas, o cristal de peridoto e a brasilita. Devido à falta de recursos e espaço, apenas 45.000 são exibidos e o arquivo conta ainda com maravilhas como os minerais das campanhas napoleônicas ao Egito.

Esta coleção começou há mais de 200 anos e é uma grande ferramenta para os pesquisadores. Ao tirar amostras desses exemplos cuja origem exata é conhecida, eles tentam, por exemplo, localizar “terras raras” ou minerais essenciais para as novas tecnologias. Isso evita extrações demoradas, caras e desnecessárias, que causam poluição e conflitos. Para entender melhor as questões geopolíticas, econômicas e ambientais que cercam esses minerais, o diretor do museu, Didier Nectoux, lança um slogan tão simples quanto eficaz: “Sem tantalita, sem SMS”.

O museu possui três vitrines exclusivamente dedicadas às joias da coroa real francesa. Essas gemas perfeitamente polidas e facetadas chamam a atenção ao lado dos cristais da coleção. Eles falam de história, coroações, roubos e amor. É possível conhecer as 42 esmeraldas de Muzo, que adornaram a coroa de Napoleão III, e as ametistas das joias da imperatriz Marie-Louise (feitas por Nitot, o antecessor da marca de luxo Chaumet). Os topázios rosa, comprados por Napoleão I para criar os “Rubis do Brasil” para a imperatriz Marie-Louise, também estão em exposição.

Ao contrário do que parece, este museu parisiense com seu charme vintage se encaixa mais do que qualquer outro no futuro. (por Mario Kaneski de Moraes, fundador do Estúdio Arara, startup de comunicação e marketing, sediada em Paris)

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