Gilberto Gil chegou adiantado ao Citibank Hall na noite dessa quinta, em São Paulo. Já às 18h, ele e sua equipe estavam a postos no camarim, esperando Caetano para os ensaios e a passagem de som. Glamurama chegou lá por volta das 19h e encontrou Gil sozinho no camarim, lendo seu jornal. “Ele está lendo só a essa hora porque teve muitos compromissos o dia todo no Emiliano [hotel em que ele e Caetano estão hospedados]”, contou Gilda Mattoso, sua assessora de imprensa há mais de dez anos.
Entramos no camarim e fotografamos os detalhes da preparação de Gil antes do show. “Ele bebe muita água por causa da pedra nos rins, mas não gosta de água pura, então sempre coloco limão”, contou Gilda. “Agora, antes dos shows, ele faz nebulização para limpar as cordas vocais. Ele sempre teve o aparelho, mas nunca usou, até ver que o Caetano fazia… Aí já viu, né?”, completou ela. Quando perguntei qual foi a melhor parte da turnê da Europa a ele, a resposta foi rápida: “Voltar a ter convívio diário com Caetano, uma coisa que eu tinha perdido e não me dei conta de quanta falta fazia. A gente tem uma história longa, fizemos colaborações a vida toda, teve a época dos Doces Bárbaros com Gal e Bethânia… Então foi muito bom passar esses quase dois meses com ele”, contou Seu Gilberto, como é chamado por sua equipe.
Como foi estrear a turnê brasileira em São Paulo? Caetano foi enfático durante o show: “É ótimo estar aqui em São Paulo, com garoa e tudo!”. Gil lembrou da cidade com carinho: “Todo o trabalho mais evidente nosso começou em São Paulo, com o pré-Tropicalismo e o Tropicalismo, tudo foi em São Paulo. É uma cidade muito marcante pra nós”, completou.
Um pouco depois das 19h30, Caetano chegou com Paula Lavigne e sua equipe. Assim que botou os pés no camarim, já olhou para os lados e disparou: “Cadê Gil?”. O amigo prontamente foi ao encontro de Caetano na antessala comum aos dois camarins, e de lá foram para o palco, “reconhecer o terreno”.
Gilda nos acompanhou até a plateia para assistir à passagem de som. De cara pudemos ver a cenografia do palco, criada por Hélio Eichbauer, colega de longa data da dupla: bandeiras de vários Estados do Brasil que entravam e saíam em momentos estratégicos. “Podemos gravar?”, perguntei. “Só fotos, porque a única música que eles vão passar agora é a música nova, então ainda não pode postar”, disse ela. De fato, naquela noite, eles apresentaram sua nova música à plateia paulistana: “As camélias do quilombo do Leblon”, composta durante a semana na Bahia e finalizada na madrugada de ontem. Aplaudida de pé, já um sucesso.
(Por Bárbara Tavares)
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