Grande admirador de Zeca Pagodinho, Gustavo Gasparani escreve, dirige e é um dos protagonistas do espetáculo “Zeca Pagodinho – Uma história de amor ao samba” em cartaz no Theatro Net Rio, no Rio de Janeiro. Com 35 anos de carreira, dois livros publicados e diversos prêmios no currículo, Gasparani já participou de mais de 45 montagens e fundou uma das companhias de teatro mais importantes do país – a Cia dos Atores. “Este é um espetáculo assumidamente suburbano, carioca e popular. Feito para o povo brasileiro se reconhecer e se orgulhar da sua cultura. O Zeca é o nosso ‘Macunaíma Carioca’. Tinha tudo para dar errado, mas deu muito certo, e sem perder suas raízes exalta a sua cultura. Na peça vocês irão encontrar boa música, poesia e arte popular do nosso chão”, finaliza o diretor Gustavo Gasparani. Continue lendo! (por Paula Barros)
Glamurama – quais as dificuldades de trabalhar como diretor, autor e protagonista. Em algum momento os cargos se confundem?
Gustavo – A maior dificuldade é volume de trabalho. Eu tinha o Cristiano balda como codiretor. Era um olhar de fora que me auxiliava nas escolhas. O diretor costuma ser muito solicitado pela equipe enquanto o ator prefere ficar sozinho no canto dele decorando texto. Não diria que os cargos se confundem, mas se atropelam um pouco. O lado ator é quem sofre mais, pois as demandas do diretor atrapalham a concentração.
Glamurama – como foi o processo de produção e aprovação do roteiro? Teve participação conjunta com o Zeca?
Gustavo – Escrevi o texto há 5 anos atrás. Antes, mostrei como seria o desenvolvimento, a forma de narração. Após a aprovação da ideia, escrevi. O Zeca acompanhou o processo. Seu único pedido era que colocássemos o personagem do Baixinho, amigo e caseiro fiel.
Glamurama – qual sua intimidade com a carreira de zeca? Acompanhou desde sempre?
Gustavo – Sempre admirei e acompanhei a carreira dele. Ao estudar a vida, descobri um cara maneiro e um ser humano generoso e admirável!
Glamurama – conte um pouco sobre a emoção e responsabilidade de fazer um papel como este.
Gustavo – A responsabilidade é enorme pois ele está vivo e é amado por todos. Quanto a emoção, o Zeca representa muitas coisas das quais eu acredito, como: sincretismo religioso, fidelidade aos amigos, respeito às tradições culturais e amor pela música popular brasileira. Interpretá-lo, além de ser uma grande honra, se torna extremamente natural e verdadeiro para mim por conta dessas afinidades.
Glamurama – outros projetos a caminho?
Gustavo – Meu projeto futuro é fazer longas e belas temporadas com esta peça pelo Brasil! Além disso, também estou fazendo uma adaptação de Romeu e Julieta com Eduardo Rieche produzido pela Aventura.
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