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Sabrina Sato vesta sutiã Agent Provocateur, hot pants Brigitte, pulseiras Lázara Design e Otávio Giora, colar Topshop, sapato Fernando Pires. O styling é de Yan Acioli e a beleza de Rodrigo Costa

Por Julia Furrer para revista Joyce Pascowitch de fevereiro

 

Sabrina Sato não faz tipo. Pelo menos não o tipo óbvio das celebridades que se levam muito a sério. Não tem vergonha, por exemplo, de dizer que trabalhar na televisão sempre foi seu maior sonho. Como atriz, apresentadora ou dançarina, pouco importava, queria é ser famosa. É justamente essa empolgação sincera que faz dela uma das figuras mais carismáticas do meio artístico. Aos 33 anos, deixando furiosa a equipe do Pânico, programa em que permaneceu durante dez anos, e contrariando a vontade de muitos de seus fãs, decidiu apostar alto e aceitar o convite da Record para ter sua própria atração. “Dá medo, sei que não vai ser fácil, mas tenho certeza que vou conseguir, assim como sempre soube que conseguiria trabalhar na televisão”, disse a J.P na tarde em que fotografamos este ensaio. Vindo de alguém que saiu de Penápolis (cidade de 60 mil habitantes no interior de São Paulo), rebolou de biquíni na televisão e hoje é presença disputada na primeira fila de desfiles como o da Louis Vuitton, é bom não discordar.

Circular bem em diferentes rodas é uma das características mais marcantes de Sabrina. Ela sobe o morro para ir a uma comunidade com a mesma naturalidade com que circula em um jantar black tie e é amiga da turma fashionista tanto quanto da… “Gorete”, me ajuda a exemplificar. A explicação para tamanha desenvoltura social está na criação que recebeu da avó: “Ela andava com todo tipo de gente e a casa estava sempre lotada”. Essa versatilidade será explorada em seu novo programa de auditório. Previsto para estrear no início de abril, a atração será exibida nas noites de sábado, quando, segundo Sabrina, “não acontece nada no Jornal Nacional, tanto que o Bonner quase nunca apresenta”. A ideia é mesclar um pouco de tudo. Bailarinas, atrações musicais, entrevistas e variedades. Tudo bem divertido e família. Quem dirigirá a apresentadora será Carlos César Filho, o Cesinha, responsável pela transição de Eliana do universo infantil ao entretenimento adulto e atual diretor do programa Legendários. Além de palpitar em tudo, Sabrina – que compara seu nível de empolgação ao de uma criança às vésperas do primeiro dia de aula – se prepara fazendo aulas de fono. “Não quero perder o sotaque, mas preciso melhorar minha dicção”, explica.

Enquanto trabalha no novo projeto, Sabrina jura passar alheia a rotina insana das mulheres do samba, que intensificam a malhação e reduzem a alimentação a quase nada (mesmo tendo falado para J.P, há exato um ano, que ia levantar peso, fazer muay thai e manter a hiperatividade para perder peso até o Carnaval). Musa do camarote da Brahma, rainha da bateria da Vila Isabel, no Rio de Janeiro, e da Gaviões da Fiel, em São Paulo, ela credita a barriga sequinha aos anos de balé e à genética japonesa. Está linda, impecável. Mas muito menos exuberante do que imaginamos quando a vemos na televisão. “Não tem a falsa magra?”, pergunta. “Sou a falsa gostosa. Os homens se decepcionam comigo quando passo na avenida. No samba eles estão acostumados com a Gracyanne (Barbosa) e eu pareço um frango perto dela.”

João Vicente de Castro, empresário e ator do grupo de humor Porta dos Fundos e o atual namorado, deve discordar. Junto dele há menos de um ano, ela está naquela fase superapaixonada, em que não consegue evitar citar o amado em quase todas as suas histórias (#quemnunca?). Se conheciam há tempo, mas ela demorou a ceder às suas cantadas: “Tinha preguiça do tipo que ele fazia”. Mas eis que em um voo Rio-São Paulo vieram sentados juntos e não se desgrudaram mais. “Ele me apoia muito”, diz. Certa vez, ao chegar em casa, Castro encontrou Sabrina fazendo o molde em gesso da própria bunda, mimo que serviria de presente para o cantor Justin Timberlake, entrevistado mais tarde. Se achou ruim? Nada! Balançou a cabeça sem acreditar no que seus olhos estavam vendo, para imediatamente concordar que era uma ótima ideia. Ele tem senso de humor – e para namorar Sabrina não poderia ser diferente. “Nós dois temos a boca tão grande que tenho medo que nosso filho já nasça com dentes. Pedi até pro João olhar no Google se isso é possível”, fala e cai na risada. Pergunto do casamento. “Queremos muito, mas não sei se vai dar tempo de ser este ano.” E completa: “Vai ter de ser um casamento grande, já que vivo em comunidade, cercada de família e muitos amigos. João é filho de artistas (o jornalista Tarso de Castro e a estilista Gilda Midani) e sempre viveu muito livre, mas já se acostumou e tem adorado viver rodeado de gente”.

No fim do ensaio, a certeza é que a fama nasceu para Sabrina. Ela conta empolgada que vivem tirando fotos suas dormindo no avião para postar no Instagram e que – não raramente – leva bofetadas de crianças em alusão ao quadro Antonio Nunes, em que os participantes do programa Pânico proferiam um grito de guerra enquanto davam um tapa (forte) na coxa. Todos são unânimes ao falar da simpatia da apresentadora. “Mas deve ter uma hora em que você fica irritada”, afirmo, quase indignada. “Fico quando falam mal dos outros”, responde, me fazendo desistir do assunto. Sabrina é assim: tão legal que nem parece de verdade, ao mesmo tempo é tão de verdade, que quase deixa de ser legal.

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