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por Camila Leite para MODA

O sonho de Sabrina Gasperin era ser médica, mas suas amigas da escola, na pequena Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, acabaram desviando sua atenção para o mundo da moda. “Elas me inscreveram em um concurso sem eu saber! Fiquei bem colocada e acabei correndo atrás”, conta. Terminado o ensino médio, ela passou por Porto Alegre – parada obrigatória das new faces que saem do interior do sul do país – e de lá veio, aos 17 anos, para São Paulo, capital da moda brasileira.

Engana-se quem pensa que na sequência ela seguiu para as passarelas do concorrido circuito Nova York, Londres, Milão e Paris. “Nunca sonhei com esse glamour da moda, sem contar que as meninas que vão para fora muito cedo demoram a ganhar dinheiro e era exatamente isso que eu queria: juntar o suficiente para comprar meu apartamento”, relembra. Como trabalhava bem em solo brasileiro, Sabrina resolveu armar seu acampamento por aqui mesmo, tirando os cinco meses que passou em Seattle – cidade de suas bandas de rock favoritas – estudando inglês. “O movimento grunge influenciou muito o meu estilo. Teve uma época em que eu só queria saber do grupo Alice in Chains.” Não é à toa que a mulher do joalheiro Ara Vartanian coleciona camisetas de rock – muitas delas feitas por ela mesma – e entre seus maiores ícones de estilo está  a modelo dos anos 1970 Anita Pallenberg. “Ela foi musa de Brian Jones e Keith Richards, dos Rolling Stones. Ninguém reflete melhor o glamour e a liberdade da época”, afirma.

Outro vício que faz parte do dia a dia da mãe de Lilly – de 2 anos e 10 meses – é o eBay. “Compro muitas coisas na internet, de casacos da Chanel a objetos vintage de décor”, diz orgulhosa. Por aqui suas marcas queridinhas são Gloria Coelho e Glidden-Gannon, mas confessa não ter o costume de fazer compras no Brasil por achar os valores irreais.

A decoração da casa onde mora há seis anos com o marido e a filha é um assunto à parte. Bem no coração do Jardim Paulistano, ela abriga uma escultura de leopardo da artista Sonia Ebling no jardim, comprada em um “família vende tudo”, duas antigas caixas de som na sala, brinquedos espalhados por todas as partes, além de uma garagem de fazer inveja a qualquer mecânico profissional, cheia de carros e motos antigas – paixão de Ara, que se estende a Sabrina. “Tenho um lado muito masculino, adoro jeans, camiseta e jaqueta de couro. Queria uma bota tipo biker e o Ara me deu uma profissional de corredores de moto, cheia de proteções, que uso no dia a dia!”

A parceria do casal tanto nos gostos pessoais, quanto no estilo, acabou tomando proporções maiores e foi parar nos negócios. Sabrina assina a quinta coleção de joias que leva seu nome e é vendida nas lojas Ara Vartanian. O motivo da empreitada? “Eu sempre dei palpites nas peças dele. Um dia sugeri que colocasse um laço em uma delas e a resposta foi: ‘Acho que está na hora de você criar sua própria linha’ ”, relembra aos risos ela que já havia feito um curso de ourivesaria dois anos antes de conhecer o joalheiro. Era para ser!

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