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Por Alexandre Makhlouf para revista PODER

Do tipo que cumprimenta as pessoas com as duas mãos, quase como se estivesse fazendo uma reverência, o ator pernambucano Jesuita Barbosa Neto, ou simplesmente Jesuita Barbosa, é a simpatia em pessoa. Apesar de só ter 23 anos, sua carreira deslanchou como um foguete: em 2012, enquanto estudava artes cênicas na Universidade Federal de Fortaleza, participou do casting para o filme “Tatuagem”, de Hilton Lacerda. Levou o papel e fez brilhar os olhos do diretor e da crítica com o soldado gay Fininha, que, ano passado,  lhe valeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cinema do Rio.

Primeiro longa como protagonista, primeiro prêmio, 100% de aproveitamento.  Isso o fez ganhar a aprovação do pai, também Jesuita. “Não que ele não me apoiasse antes. Era só preocupação de saber se essa história de ser artista ia dar certo. Normalmente não dá, né?”, diz, sempre com a voz baixa.

Depois disso, foi emendando um papel no outro. Participou do filme “Praia do Futuro”, que estreou em maio e o apresentou para o mundo ao ser exibido no Festival de Berlim este ano. “Uma experiência desafiadora, porque eu nunca tinha saído do país. Fui sozinho para a Alemanha e passei uma semana e meia sem ninguém. Além disso, o personagem é muito diferente de mim”, explica. Depois de gravar o “Praia”, como ele chama a produção, fez seu début na Rede Globo como o Fortunato na minissérie “Amores Roubados”, exibida no início deste ano. Agora, está de novo na TV aberta no remake de “O Rebu”, novela das 23 horas. E não é só: nas telonas, Jesuita volta a aparecer – dessa vez como protagonista de “Jonas e a Baleia”, que deve estrear no fim deste ano, e em uma ponta na produção americana “Trash”, do diretor britânico Stephen Daldry, previsto para estrear em 2015. “Mas ainda quero experimentar uma novela das 9, que tem um ritmo de gravações mais frenético.”

Será que dá para respirar? “Estou em uma fase mais caseira, aproveitando o tempo livre para ficar com amigos e ir à praia dar um mergulho”, afirma ele, dizendo também que não é reconhecido pelos fãs nas ruas do Rio de Janeiro, cidade onde mora atualmente. Mas isso só até setembro, quando ele faz as malas de novo e vai para Portugal a fim de gravar “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues. E Jesuita fala sobre tudo isso com o maior sossego. “Tranquilo, eu? Sou muito ansioso. Estou calmo aqui com você, mas por dentro estou fervendo”, ri. Mas, se ele é um poço de ansiedade, o deslumbramento passa longe. “Poderia dizer que me sinto poderoso na frente das câmeras, mas, para mim, poder é dividir, é uma coisa mútua. Quando gravo uma cena e percebo que funcionou, que a equipe toda gostou sem precisar perguntar, isso me enche de energia.”

Na hora das fotos, Jesuita pergunta das olheiras. “Eu tenho muita, não acham? Passo vários produtos para diminui-las”, revela, despenteando o cabelo para deixar o visual mais “errado” – gíria para desarrumado, atrapalhado. Ele nega ser vaidoso, mas muda totalmente quando vai para a frente da câmera. “Tá inspirado, hein, Jesu?”, pergunta a assessora do fundo do estúdio. Ele ri, sem parar de posar. “Adorei fazer isso. Podem me chamar mais vezes para esse tipo de coisa, tá?”

Styling Luna Nigro
Beleza Jô Castro (CapaMGT)
Assistente de fotografia Pedro Pardella

 

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