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Reed Hastings, o CEO da Netflix || Créditos: Getty Images
Reed Hastings, o CEO da Netflix || Créditos: Getty Images

Com a audiência nas alturas e cheia de programas hypados em seu portfólio, a Netflix vive uma ótima fase – que seria perfeita não fosse por um detalhe: a gigante do streaming não ganhou nenhum Oscar até hoje, apesar de já ter levado vários outros prêmios importantes da indústria, como Emmys e Globos de Ouro, com suas séries e especiais. Pode parecer bobagem, mas o fato de que é solenemente ignorada pela Academia dá um ar de coadjuvante em Hollywood para a empresa chefiada por Reed Hastings, apesar de sua aura de protagonismo no meio em que atua.

Mas o bilionário tem um plano para reverter essa situação. Depois de dizer adeus ao Festival de Cinema de Cannes, que na edição deste ano decidiu banir todos os longas que não são lançados no circuito comercial tradicional, a Netflix está considerando comprar cinemas em grandes cidades como Nova York e Los Angeles exclusivamente para ter onde exibir seus filmes para as massas e, com isso, garantir o direito de pleitear indicações à estatueta mais cobiçada da indústria cinematográfica.

Segundo o “Los Angeles Times”, Hastings e seus executivos estariam de olho na rede de cinemas Landmark Theatres, que além de estar presente em 27 cidades americanas ainda tem um quê de tradição, já que seu fundador e atual dono é o produtor Kim Jorgensen, responsável por clássicos como “Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!” e “Entre Dois Amores”, o romance épico dirigido por Sydney Pollack e estrelado por Meryl Streep e Robert Redford. Se o negócio vingar, seria ainda uma forma de dar uma rasteira no mercado de salas de cinema, que considera a Netflix como concorrente.

Dinheiro, certamente, não seria um problema: com uma capitalização em bolsa se aproximando dos US$ 150 bilhões (R$ 511,5 bilhões), a Netflix vai investir só neste ano US$ 8 bilhões (R$ 27,3 bilhões) em novos projetos com os quais espera agradar não somente o público mas também atrair a simpatia de acadêmicos, inclusive muitos que lhe torcem o nariz. Um exemplo é Steven Spielberg, que do alto dos mais de US$ 12 bilhões (R$ 40,9 bilhões) em ingressos de seus filmes que vendeu ao longo dos anos declarou há algumas semanas que a provedora de conteúdo de entretenimento “faz no máximo filmes para a TV” e, por isso, não merece Oscars. Será? (Por Anderson Antunes)

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