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Regina Guerreiro, uma das jornalistas de moda mais importantes do Brasil, foi a mediadora da coletiva de imprensa de Francisco Costa com a C&A, nesta segunda-feira.  Com mais de 50 anos de experiência no mercado fashion, ela aproveitou a entrevista para opinar sobre a moda brasileira atual. Mergulhe:

– “No Brasil, a palavra ‘sexy’ entrou em uma banalidade que eu acho perigosa. Parece que a vulgaridade virou um dos códigos da moda. Mas, na minha opinião, dá para ser sensual usando uma roupa como as de Francisco Costa para Calvin Klein.”

– “‘Moda’ é outra palavra que ficou banal aqui. Tudo virou moda. Whiskey é moda, carro é moda. Parece que a palavra moda perdeu um pouco do DNA dela mesma.”

– “A moda brasileira não é bem uma moda brasileira; é uma roupa brasileira. O Brasil não dita moda. Em vez de pensar na nossa cultura, nos preocupamos em vestir a moda de outros países.”

– “Você [Francisco Costa] é um estilista que emplacou no mundo da moda e eu não acho que isso seja o caso de nenhum estilista brasileiro ainda.”

– “Uma coisa horrível que acontece [entre os estilistas] hoje em dia é relembrar a moda dos anos 60, 70 e 80. Eu não aguento mais reviver – não sei se é porque eu tenho 50 anos de moda, mas me cansa muito. Eu adoro que o estilo de Francisco Costa é focado no futuro.”

– “Na semana de moda paulistana, eu espero que os estilistas se perguntem o que vai ser moda e não o que já foi. As consumidoras não são mais as mulheres dos anos 20 e 40. Agora elas precisam de peças que se adequam à rotina de trabalho, transitam entre dia e noite e combinam com o estilo de vida que implica pegar transporte público.”

– “Muitas vezes os estilistas brasileiros estão mais preocupados em espantar e impactar do que criar algo para ser usado na vida real.”

– Sobre a ditadura da magreza nas passarelas: “Houve uma mudança no conceito de beleza. As mulheres não podem mais ter curvas. É evidente que a roupa fica melhor no cabide. Mas eu acho esse conceito ruim. Fica difícil a mulher se identificar com algo que não é real. Eu já ouvi muito ‘essa roupa é coisa de passarela’.”

 

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