Segunda maior rede de televisão do Brasil, a Record terminou 2022 com o maior faturamento de sua história e também no vermelho, com um prejuízo de mais de meio bilhão de reais. Conforme o balanço que divulgou nessa quinta-feira, o canal da Barra Funda teve receitas de quase R$ 3,2 bilhões no ano fiscal encerrado em 31 de dezembro passado, cerca de 9,8% maiores do que as de 2021, mas um resultado líquido negativo de R$ 547,9 milhões contrastante em relação ao anual anterior, que ficou em R$ 130,5 milhões positivos.
A diferença, no entanto, está relacionada a aumentos com custos de produções e de operaçãos de um período pro outro – que saltaram de R$ 1,7 bilhão em 2021 para perto de R$ 2,3 bilhões em 2022 – e também das despesas gerais e administrativas, de R$ 480 milhões para R$ 1,5 bilhão nos mesmos intervalos. Em resumo, isso quer dizer mais ou menos que a empresa preferiu investir em sua expansão e abriu mão do lucro, que parece ter sido programado.
Isso, aliás, fica evidente quando observados os totais de seus caixa e equivalentes de caixa nos últimos dois anos fiscais, apresentados nas demonstrações financeiras de cada um. O encerrado em 2021 ficou em R$ 1,3 bilhão, cifra que saltou para R$ 2,5 bilhões no terminado em 2022. Também em ritmo de subida forte, os ativos totais da emissora aumentaram de R$ 6,4 bilhões para R$ 7,7 bilhões no biênio 21-22.
Controlada pelo bispo Edir Macedo, dono de 90% de seu capital total (os 10% restantes são da mulher dele, Ester Bezerra), a Record só fica atrás da Globo no quesito finanças entre as maiores empresas de comunicação do país. A TV dos Marinho, por sinal, divulgou seu balanço no fim de março: R$ 15,1 bilhões de faturamento e um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão. Nos próximos dias devem ser publicadas as demonstrações financeiras do SBT, que junto com as duas concorrentes mais financeiramente robustas detém quase 100% do público telespectador nacional.