Divulgado na terça-feira, o retrato oficial de Barack Obama pintado por Kehinde Wiley especialmente para ser incluído na ala de ex-presidentes da Galeria Nacional de Retratos do Smithsonian Institute, em Washington, já está envolvido em polêmica. O problema não tem nada a ver com a qualidade técnica da obra, que em geral foi muito bem recebida, mas sim com o local onde ela pode ter sido feita: na China, tida como o inimigo comercial número um dos Estados Unidos.
De acordo com o crítico de arte americano Charlie Finch, que foi colega de faculdade de Wiley na Universidade de Yale, o artista trabalha quase que em tempo integral no estúdio que mantém desde 2006 em Pequim, capital do país asiático, e provavelmente foi lá que ele deu suas pinceladas no quadro em que eternizou Obama. “É a base de operações dele”, Finch contou ao “New York Post”. “Geralmente, ele rabisca as partes mais importantes de quem vai retratar pessoalmente e os assistentes dele fazem o resto”.
Sabe-se que Obama posou para Wiley por várias horas em Washington justamente com o objetivo de fazer algumas esquetes com o ex-presidente americano, mas o grosso do trabalho foi feito em outro lugar, ainda desconhecido. Já em relação ao retrato de Michelle Obama, assinado por Amy Sherald, ao menos por enquanto não há nada de
controverso rendendo assunto na imprensa americana. (Por Anderson Antunes)