Para a maioria dos brasileiros, Guy Oseary é conhecido como o marido da top Michelle Alves – os dois dividem o mesmo teto desde 2006 e têm quatro filhos juntos -, cujo casamento agitou o Rio de Janeiro nos últimos dias. Mas a verdade é que o empresário israelense de 39 anos naturalizado americano é um dos executivos mais poderosos da indústria de entretenimento dos EUA, o que ficou claro com a quantidade de famosos de Hollywood que deram pivô na festa de casamento que ele e a modelo brasileira fizeram na mansão de Angélica e Luciano Huck no Joá, nessa terça-feira.
Nascido em Jerusalém, Oseary se mudou com a família para os Estados Unidos ainda criança, fixando residência em Los Angeles. Na cidade, ele foi aluno da famosa escola Beverly Hills High School, por onde também passaram Jamie Lee Curtis e a roteirista Nora Ephron.
Foi nessa época que Oseary começou a dar os primeiros passos para se transformar em bambambã do showbiz: aos 17 anos, ele virou estagiário da gravadora Maverick, uma joint venture entre Madonna, os produtores Frederick DeMann e Veronica Dashev, e a Time Warner, que transformou a cantora na segunda artista mais bem comissionada do universo musical depois de Michael Jackson. Com ares de negócio pequeno, porém orçamento na casa dos US$ 60 milhões (R$ 194,6 milhões) anuais, a empresa foi uma espécie de universidade para o executivo, que não tem diploma de ensino superior.
Promovido ao cargo de diretor de “artistas e repertório” (“A&R”, na sigla em inglês) aos 19 anos, Oseary de cara começou a trabalhar com nomes como Alanis Morissette, Paul Oakenfold e grupos como The Prodigy, Deftones e The Wreckers. Foi dele, aliás, a ideia de transformar a Maverick em uma das maiores fornecedoras de trilhas sonoras para filmes (“Austin Powers”, “The Matrix”, “Kill Bill” e por aí vai…) e em pouco tempo sob seu comando a gravadora se tornou uma das líderes entre as “boutique labels”, com mais de 100 milhões de discos vendidos.
Tanto talento para os negócios chamou a atenção de Madge, que desfez a parceria com DeMann, Dashev e a Warner em 2004 para fundar uma nova produtora, a Semtex Films, e chamou Oseary para trabalhar com ela no ano seguinte. A partir daí, o executivo assumiu as rédeas da carreira da popstar e foi peça decisiva nas negociações entre a “material girl” e a Live Nation, que culminaram na assinatura entre as partes de um megacontrato de US$ 120 milhões (R$ 389,2 milhões) em 2006, até então um acordo sem precedentes. A glória veio em 2013, quando Oseary substituiu Paul McGuinness como manager do U2, a banda mais milionária do planeta, em uma transação que lhe rendeu luvas de US$ 30 milhões (R$ 97,3 milhões).
Hoje em dia em ritmo menos acelerado, porém longe de pensar em aposentadoria, Oseary encontra tempo para escrever livros – ele é autor de quatro obras, inclusive uma sobre a influência dos judeus na música (“Jews Who Rock”) e outra com relatos de amigos celebs sobre como atingiram o sucesso (“On the Record”) – e também é sócio da empresa de investimentos A-Grade Investments ao lado de Ashton Kutcher e do bilionário Ron Burkle, por meio da qual mantém fatias em gigantes tecnológicas como Airbnb, Shazam, Spotify e Uber, além da rede de academias Hardy Candy Fitness e da marca de lifestyle Truth of Dare, ambas em sociedade com Madonna.
Recentemente, Oseary se tornou agente da comediante Amy Schumer e pretende se juntar a talentos de outras áreas além da música. E olha que houve uma época em que tudo que queria era brilhar como ator, sonho que meio que realizou ao fazer pequenas participações em filmes como “As Panteras Detonando” e “Zohan: Um Agente Bom de Corte”, sem falar no videoclipe de “Deeper and Deeper” de Madonna, no qual interpreta um dançarino com uma peruca afro que dança até cair. Dá até pra entender porque ela gosta tanto dele. (Por Anderson Antunes)
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