Pela primeira vez na história de Hollywood, os filmes americanos feitos sob medida para o grande público lançados no ano passado tiveram protagonistas femininas e masculinas quase que na mesma proporção, de acordo com um estudo feito pelo The Geena Davis Institute on Gender and Media, divulgado nessa quinta-feira, nos Estados Unidos. Fundado em 2004 pela estrela de “Thelma & Louise” que lhe dá nome, uma feminista de carteirinha, o instituto analisou as 100 produções liberadas para todas as idades de maior bilheteria em 2019 e concluiu que em 48% delas haviam mulheres liderando os elencos. Para ter ideia, em 2007 apenas 24% desses longas tinham atrizes como estrelas principais.
“As imagens distribuídas pelas mídias têm um grande impacto na forma como nos vemos e julgamos nossos valores [como sociedade]”, Davis disse em entrevista para a rede de televisão americana “CNN”. “Então, quando você vê alguém com as suas mesmas características refletido em uma mídia, você se reconhece e se sente como parte de algo, o que é extremamente importante para as crianças, [principalmente]”, a atriz completou. Davis também acredita que a presença de mais mulheres na telona pode formar uma nova geração de homens que as veem como iguais.
Tão bom quanto isso, o estudo do The Geena Davis Institute também mostrou que 30% dos filmes americanos para famílias que estrearam nos cinemas em 2019 tinham atores de cor (eram 22% em 2007), enquanto 8% incluíram em suas tramas pelo menos um personagem com alguma deficiência física (há 13 anos, eram apenas 1%). Mas ainda há espaço para melhorias, principalmente no que diz respeito à forma como pessoas de maior porte físico são retratadas na telona, em 8,3% das fitas pesquisadas sendo alvo de estereótipos negativos e em 7,4% sofrendo bullying em cena por não serem magérrimas de acordo com os padrões hollywoodianos.
Em tempo: entre os 10 filmes que mais arrecadaram dinheiro com a venda de ingressos em 2019, dois foram protagonizados por atrizes – são eles a animação “Frozen II”, que faturou US$ 1,45 bilhão (R$ 6,74 bilhões) em todo o mundo, e a superprodução “Capitã Marvel”, que faturou US$ 1,13 bilhão (R$ 5,25 bilhões). (Por Anderson Antunes)