Quando Karl Lagerfeld morreu, há quase dois anos, muita gente achou que a fortuna de estimados US$ 270 milhões (R$ 1,45 bilhão) que o estilista juntou em vida ficaria com sua gatinha, a birmanesa Choupette. Tão famosa quanto o dono, a bichana tem sua conta própria no Instagram (com quase 80 mil seguidores) e no auge da fama só saía de casa acompanhada de dois seguranças.
O fato é que Choupette realmente foi mencionada no testamento que Lagerfeld preparou anos antes de partir, mas apenas no que diz respeito à sua guarda, que agora está com Françoise Caçote, uma espécie de faz-tudo do kaiser que recebeu cerca de US$ 4 milhões (R$ 21,5 milhões) dele e a tarefa de cuidar de sua filha de quatro patas.
Esse dinheiro, aliás, foi faturado pela gata, uma estrela por méritos próprios que também tem seu agente, veterinário particular e chef e no passado recente chegou a lançar uma linha de produtos de maquiagem que fez o maior sucesso, sem falar nos editoriais de moda para os quais foi clicada por Lagerfeld.
No total, o homem que revolucionou a moda como diretor-criativo da Chanel e da Fendi, além de sua marca homônima, citou sete pessoas como suas beneficiárias em seu testamento. E ao contrário da nova cuidadora de Choupette, nenhuma delas recebeu até agora um centavo sequer dos milhões a que têm direito.
O maior problema no momento é que o responsável pela execução do documento, o contador Lucien Frydlender, está sumido. Sua mulher alega questões de saúde para tal, mas alguns dos herdeiros de Lagerfeld já o acusam de negligência e, no pior dos casos, de ter-lhes aplicado um golpe.
A justiça da França, país que Lagerfeld escolheu como casa, já foi acionada. Discreto e de poucos amigos, o fashionista icônico tratava a todos muito bem. Alguns foram presenteados com relógios caros, outros até mesmo com carros esportivos e imóveis. Mas o sete mencionados no tal testamento, dos quais pouco se sabe, foram os mais próximos dele. (Por Anderson Antunes)
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