Co-fundador da produtora de Hollywood “Red Granite” junto com Riza Aziz, que foi preso no começo do mês, Joey McFarland fechou um acordo nessa semana com as autoridades dos Estados Unidos para devolver voluntariamente o equivalente a US$ 14 milhões (R$ 52,6 milhões) ao governo de lá, uma vez que parte do dinheiro levantado para produzir “O Lobo de Wall Street” (2013) – que custou US$ 100 milhões (R$ 375,6 milhões) e faturou US$ 392 milhões (R$ 1,47 bilhão) nas bilheterias internacionais – veio de um mega-esquema fraudulento cuja fonte foi o fundo estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB), da Malásia.
Além de sua parte nos lucros do longa, McFarland também vai entregar às autoridades americanas dois relógios Rolex, alguns posteres raríssimos de filmes antigos e até um quadro assinado por Jean-Michel Basquiat. O caso é investigado há anos pelos governos malaio e americano, e o principal suspeito de ter orquestrado os desvios que somam mais de US$ 4,5 bilhões (R$ 16,9 bilhões) é o milionário Jho Low, que está foragido.
Em sua defesa, McFarland afirmou nos autos que não sabia da origem dos valores que recebeu dele para financiar o filme dirigido por Martin Scorsese e fez questão de deixar claro que a entrega dos bens não caracteriza uma admissão de culpa. O próprio DiCaprio fez o mesmo tempos atrás, quando aceitou devolver obras de arte que ganhou de Low, inclusive uma tela de Pablo Picasso, e cujo valor estimado é de US$ 3,28 milhões (R$ 12,3 milhões). Ao contrário de Aziz, que teria participado ativamente do esquema, nem o ator e nem McFarland são acusados de qualquer crime. (Por Anderson Antunes)
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