Fundador da farmacêutica Turing, que atuava sobretudo no lucrativo segmento de licenciamento de medicamentos, Martin Shkreli é considerado o homem mais odiado dos Estados Unidos desde 2015, quando orquestrou uma manobra sem precedentes que resultou no aumento descabido do preço de venda de um remédio usado por pacientes de Aids, que na época saltou de US$ 13,50 (R$ 51,81) para US$ 750 (R$ 2.878) por pílula. Eventualmente envolvido em um esquema de fraudes contábeis, o empresário de 36 anos foi condenado no começo de 2018 a uma pena de sete anos atrás das grades e preso logo em seguida, só que ver o sol nascer quadrado parece não estar lhe fazendo muito bem.
Isso porque foi descoberto nessa semana que Shkreli estava usando um smartphone dentro da cadeia para administrar um negócio que fundou pouco antes de ser encarcerado, a Phoenixus AG, uma espécie de “nova versão” da Turing, da qual ele foi obrigado a se desligar em razão da polêmica que causou quatro anos atrás. Como punição, o vilão americano foi transferido para a solitária e agora corre o risco de ter a temporada no xilindró aumentada em alguns meses.
Pensa que isso o abalou? Momentos depois de ser pego usando o aparelho proibido, Shkreli – sem jamais abrir mão do sorriso debochado que se tornou a marca registrada dele – disse sem a menor cerimônia para os carcereiros que o flagraram que a Phenixus AG em breve será uma corporação multibilionária, e portanto eles vão se arrepender de tê-lo confiscado o celular logo, logo. Tem cada um… (Por Anderson Antunes)