Os organizadores do Festival de Cannes se uniram à ministra da igualdade da França Marlene Schiappa para criar uma “hotline” que receberá denúncias de vítimas de crimes sexuais ocorridos durante o evento, o maior do gênero em todo o mundo. Claro que a iniciativa tem a ver com Harvey Weinstein, o ex-todo poderoso de Hollywood (e habitué de Cannes) que caiu em desgraça justamente depois de ser acusado de assédio e abuso sexual por várias mulheres da indústria cinematográfica.
A atriz italiana Asia Argento, aliás, afirmou em outubro em uma reportagem de Ronan Farrow para a revista “New Yorker” que foi estuprada por Weinstein em 1997 durante o festival. Na ocasião, ele estava hospedado em um hotel próximo da Promenade de la Croisette, onde fica o Palais des Festivals et des Congrès, e teria a convidado para encontrá-lo no local com o objetivo inicial de discutir projetos de trabalho. Por meio de seus advogados, Weinstein nega essa versão.
“Fechamos essa parceria para enfrentar problemas com assédios sexuais”, disse Schiappa sobre o disque-denúncia à agência France-Presse. “Um dos estupros atribuídos a Weinstein aconteceu em Cannes, portanto o festival não pode se omitir em relação a isso”. A próxima edição do Festival de Cannes começa no dia 8 de maio e se estende até o dia 19. (Por Anderson Antunes)
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