David Einhorn, um dos mais respeitados investidores de Wall Street, tem uma teoria interessante para explicar as polêmicas sem fim em que Elon Musk andou se metendo nos últimos tempos. Em uma carta que enviou aos diretores de sua holding, a Greenlight Capital, Einhorn sugere que o bilionário sul-africano só pode ter se envolvido em tantas confusões para ser obrigado a abrir mão do cargo de CEO da Tesla Motors, a fabricante de carros elétricos da qual Musk é o principal acionista, o que acabou acontecendo no fim de setembro.
O motivo? Como a empresa está tendo dificuldades para lucrar com seu Model 3, que lançou em julho do ano passado, o investidor acredita que Musk quis se livrar do pepino de ter que prestar contas aos sócios sobre o possível rombo financeiro que os aguarda e que teria o potencial de levar a Tesla à bancarrota. “A conduta dele nos últimos tempos aponta para isso”, Eihorn escreveu.
Só neste ano, Musk deu uma entrevista para uma rádio da Califórnia fumando maconha, se envolveu em uma confusão nas redes sociais com a rapper Azealia Banks e até anunciou no Twitter que compraria todas as ações diluídas no mercado da Tesla quando o valor unitário destas atingisse US$ 420 (R$ 1.568,70), algo que é proibido por lei nos Estados Unidos. Inclusive, foi por causa desse último deslize que ele precisou abrir mão do comando da montadora, o que também lhe rendeu uma multa de US$ 20 milhões (R$ 74,7 milhões). “Musk quer criar a ideia de que é um mártir, alguém perseguido, para escapar de qualquer responsabilidade por seus atos”, argumentou Eihorn na carta. “Ele não conseguiu produzir o Model 3 sem perder dinheiro, e também é orgulhoso demais para admitir um erro e aceitar a necessidade de cancelar os pedidos [do automóvel] que aguardam entrega. Deu no que deu”. Será? (Por Anderson Antunes)