Daqui um tempo, quando a dor diminuir, o Brasil continuará rindo com Paulo Gustavo, pois como ele mesmo afirmou: rir é um ato de resistência. O artista estava internado desde de 13 de março, por causa da Covid-19, e morreu nesta terça-feira.
Na noite do dia 3 de maio, a assessoria de imprensa dele informou que após redução dos sedativos e do bloqueador neuromuscular, o paciente acordou e interagiu bem com a equipe profissional e com o seu marido. À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa.
Mas infelizmente a situação só piorou, e nesta terça um novo comunicado indicou que o quadro dele é irreversível: “Após a constatação da embolia gasosa disseminada ocorrida no último domingo, em decorrência de fístula brônquio-venosa, o estado de saúde do paciente vem deteriorando de forma importante. Apesar da irreversibilidade do quadro, o paciente ainda se encontra com sinais vitais presentes.”
Horas depois, a assessoria confirmou a morte do ator: “Às 21h12 desta terça-feira, 04/05, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da covid-19 e suas complicações. Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento”, diz a nota.
Dono de marcas impressionantes no teatro e no cinema, Paulo ganhou milhões de fãs ao dar vida para Dona Hermínia, personagem inspirada em sua mãe, Déa Lúcia, que enlouquece com a rotina ao lado dos dois filhos. O comediante também virou referência por mostrar a sua rotina ao lado da família e do marido Thales Bretas, com quem teve dois filhos, Romeu e Gael.
Trajetória
Nascido em 30 de outubro de 1978, em Niterói, no Rio de Janeiro, Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros, conhecido como Paulo Gustavo, é ator, comediante e escritor. Filho de Déa Lúcia Vieira Amaral e Júlio Márcio Monteiro de Barros, ele tem uma irmã, Ju Amaral. O artista é casado desde 2015 com o dermatologista Thales Bretas, com quem tem dois filhos: Romeu e Gael, que nasceram em agosto de 2019.
Paulo é formado pela escola de interpretação Casa das Artes de Laranjeiras e a visibilidade nos palcos aconteceu em 2004, quando integrou o elenco da peça “Surto”, sucesso de público e crítica. No espetáculo, ele interpretava Dona Hermínia, personagem m que viria a ser um dos mais marcantes de sua carreira, responsável por torná-lo destaque da sua geração de comediante e que o levou a recordes de público no cinema, televisão e internet. Depois, Paulo fez parte do elenco de “Infraturas”, escrita por Fábio Porchat e direção de Malu Valle e emendou com “João Ternura”, dirigido por Marcus Alvisi.
No ano seguinte, estreou o monólogo “Minha Mãe É Uma Peça”, escrito por ele com direção de João Fonseca, em que trouxe de volta Dona Hermínia. Depois de anos na estrada com o espetáculo, ele apostou no stand up com “Hiperativo”, dirigido por Fernando Caruso, e se consagrou para sempre.
Os longas “Minha mãe é uma peça: O Filme”; “Minha mãe é uma peça 2” e “Minha mãe é uma peça 3” bateram recordes com mais de 25 milhões de telespectadores nos cinemas. O terceiro filme foi o mais assistido de todos os tempos com mais de 10 milhões de pessoas nas salas de todo o Brasil.
Na televisão, o comediante fez participações em programas como “Minha Nada Mole Vida”, “A Diarista”, “Casos e Acasos” e “Sítio Do Pica-Pau Amarelo” e, em 2011, ganhou o humorístico “220 Volts” no Multishow. Depois protagonizou o sitcom “Vai Que Cola”, “Paulo Gustavo na Estrada”, “A Ilha” e “A Vila”. Em 2019, ele subiu aos palcos ao lado da mãe no stand up musical “Filho da Mãe” para realizar o sonho dela de ser cantora, interrompido por conta da necessidade de criar os filhos e trabalhar. No final de 2020, foi ao ar o especial de Natal do “220 Volts” na Globo, que trouxe para a televisão aberta os personagens icônicos de Paulo, o que seria uma pitada dos projetos dele para o futuro.