Singela, genial, divertida, original… Vários adjetivos poderiam ser usados para definir a volta do ex-mutante Arnaldo Baptista aos palcos, com show nesse sábado no Sesc Belenzinho, em São Paulo, mas nenhum deles abarcaria toda a performance. “Este é um evento histórico. Arnaldo não apresenta este show desde 1981, quando tocou no Tuca”, anunciou a apresentadora antes da entrada do artista.
* Sentado em frente a um piano de cauda, com uma camisa amarela brilhosa, o músico desfilou hits da sua carreira solo e clássicos da música internacional, desconstruindo cada canção, em releituras muitas vezes melodicamente irreconhecíveis, com, aparentemente, muita improvisação – coisa de gênio. Cantou em espanhol – “Perfidia” -, inglês – Bob Dylan e Elton John -, francês – “Les Feuilles Mortes” – e italiano – “Santa Lucía”.
* Entre os clássicos do seu repertório entoou, sempre de maneira suave, “Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki”, “Não Estou Nem Aí”, “Jesus Come Back to Earth”, “Balada do Louco” e “Ando Meio Desligado” – para delírio dos fãs que lotaram o teatro. Do novo CD, “Esphera”, ainda sem previsão de lançamento, tocou “O Gatinho”, uma declaração de amor ao bichano, “I Don’t Care” e “Walking in the Sky”. Entre uma canção e outra, Arnaldo, que é exímio pianista, tocou trechos de Bach e Beethoven e até “Tico-Tico no Fubá”.
* Apesar das poucas palavras, o músico arrancava gritos, risadas e aplausos a cada vez que se dirigia ao público ou sempre que, timidamente, reagia à ovação – colocando as mãos no rosto. No fim do show, disparou: “Espero continuar merecendo todo esse amor”. Ao Glamurama, no camarim, disse que seu novo trabalho é inspirado no “momento de amor” que vive e que a volta aos palcos “é um somatório das suas experiências”. Viva!
- Neste artigo:
- Arnaldo Baptista,
- sarau o benedito,