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Gabriela
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Os devaneios de Maitê Proença, uma das mulheres mais bonitas do Brasil ||Créditos: Eli Cruz/TV Globo/Revista J.P

Da última página da revista J.P  de fevereiro

Uma das mulheres mais bonitas do Brasil, ela ainda tem conteúdo. É atriz, apresentadora, escritora das boas e sabe fazer barulho – até tirou a roupa na TV cumprindo uma promessa que fez no programa Extra Ordinários, no qual comenta sobre futebol. Isso talvez possa indicar que Maitê seguiu um conselho que recebeu há 30 anos de Nelson Motta: “Não seja tão certinha, relaxe. Assim você vai ser mais interessante”

J.P: O que te bota fogo?

MP: Um personagem esplêndido, a escrita quando pega de jeito de madrugada e não larga até ficar perfeita e a paixão por um homem bom.

J.P: Bonita, engraçada ou biruta?

MP: Bonita, que pra mim inclui a graça.

J.P: E o que é ser bonita?

MP: A beleza estática encanta, mas se esvai. Nos atrai quem se mexe de forma única, se expressa de maneira não afetada, que fala coisas de um jeito que nunca se ouviu.

J.P: Um segredo de beleza?

MP: Um copão de água quente ao acordar, só usar sabão em pontos estratégicos e amar como se o mundo acabasse ali.

J.P: Como era Maitê aos 30?

MP: Mais sociável, procurando sua turma na multidão, inquieta por fora e anestesiada
por dentro.

J.P: E Maitê aos 40?

MP: Ela se sacou e começou a se conciliar com o que viu. Foi encontrando sua voz.

J.P: E hoje, Maitê aos 50?

MP: Sou meio lenta nos processos, então ainda me pego cavando para descobrir sei lá o quê. Neste momento estou olhando, olhando, acho que vem coisa aí… Me jogo, me solto, me quebro, remendo, depois deixo o molho das coisas produzir seus feitos.

J.P: Momentos que definiram sua vida?

MP: Eles tendem a acontecer a cada dez anos. Quando morreu minha mãe, quando viajei o mundo por dois anos, quando descobri Deus, quando tive minha filha, Maria, quando Deus virou um conceito amigo, quando encontrei a escrita como expressão, quando me encontrei.

J.P: Se pudesse mudar algo em você, o que seria?

MP: Pediria ao gênio da garrafa mais seis centímetros de perna. E também uma pitada a mais de autoestima (ia facilitar um bocado).

J.P: Sua maior qualidade?

MP: Sou junkie da verdade.

J.P: Seu maior defeito?

MP: A intolerância. E sou exigente em excesso comigo e com tudo.

J.P: Melhor conselho que já ouviu. De quem?

MP: Há uns 30 anos, Nelson Motta me disse que eu era muito certinha (no mau sentido). Que eu devia relaxar que ia ficar mais interessante.

J.P: Como cura a carência que todo ser humano sente?

MP: Curo lendo e vendo arte, na companhia de bons amigos e me mexendo ao ar livre. Falta de movimento faz doer o corpo e o espírito.  A não ser que seja meditação, o que também ajuda.

J.P: A saída para não pirar: santo daime, candomblé ou análise?

MP: Um coquetel dos três. Depois para tudo, senta e aceita o que viu.

J.P: Qual é a melhor droga?

MP: Se não fosse ilícito e matasse, usaria o ópio, que é uma espécie de zen-budismo enfumaçado. Mas vicia, né? Então fico com a paixão.

J.P: Qual outro talento que gostaria de ter?

MP: Gostaria de tocar instrumentos, de poder ler filosofia em alemão, de ser uma cozinheira magnífica, de dançar como Fred Astaire ou como um cabrocha do samba, de cantar como Marisa Monte ou Carminho, de saber velejar. Ah… tantas coisas.

J.P: Você se deu tão bem no Extra Ordinários… Tem mais amigos homens?

MP: Venero meus colegas, todos excepcionais à sua maneira. Quanto aos gêneros, tenho um equilíbrio entre ambos. J.P: Qual é a qualidade que admira em um homem?

MP: A objetividade. O “vamos com esse trem e chegue logo ao ponto”.

J.P: E em uma mulher?

MP: A subjetividade, o olhar profundo, a paciência para

conversas longas.

J.P: Qual é o seu grande tesouro?

MP: Maria. Sempre Maria. Sempre será Maria.

J.P: O que faz você feliz?

MP: Redescobrir uma música que me fez a cabeça e um dia esqueci. E namorar.

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