Oferta pelo Twitter pode ser indicativo de que Elon Musk pode deixar a colonização de Marte de lado

Reprodução/Unsplash

A oferta de compra que Elon Musk fez nessa quinta-feira (14) pelo Twiiter, que conta com mais de 330 milhões de usuários, indica que o homem mais rico do mundo ainda vê muitas oportunidades a serem exploradas na Terra.

Apesar de ter a maior parte de sua fortuna atrelada aos cerca de 21% que tem da Tesla, a maior fabricante mundial de carros elétricos e, de maneira geral, a mais valiosa dentre todas as montadoras, com uma capitalização de mais de US$ 1 trilhão (R$ 4,7 trilhões), o negócio do coração de Musk é a SpaceX, sua empresa de aviação aeroespacial, que tem capital fechado e vale estimados US$ 74 bilhões (R$ 348 bilhões).

Musk, de 50 anos, nunca escondeu que vê a SpaceX como uma ferramenta capaz de fazê-lo realizar seu maior sonho: a colonização de Marte e outras possibilidades de exploração do espaço, como a construção de “cidades espaciais” fora da órbita terrestre como uma forma de permitir aos humanos escapar dos problemas climáticos e afins, que ameaçam seu futuro – desde que eles tenham condições financeiras para bancar algo dessa magnitudade, claro.

A companhia fundada em 2002 pelo mais forte candidato a se tornar o primeiro trilionário em dólares americanos da história cobra nada menos que US$ 55 milhões (R$ 258,7 bilhões) por cabeça para quem quiser embarcar em um voo orbital de apenas 5 horas, cuja principal atração é dar a seus passageiros a chance de ver seu planeta de longe.

Com uma fortuna de US$ 265,3 bilhões (R$ 1,25 trilhão), Musk surpreendeu a todos no começo do mês quando comprou 9,1% do Twitter por aproximadamente US$ 3 bilhões (R$ 14,1 bilhões). Na época, executivos do microblog ficaram preocupados em tê-lo em seu conselho de administração, mas o próprio centibilionário logo depois da aquisição avisou que não tinha interesse nisso.

E, não por acaso, uma vez que dessa forma uma oferta hostil pela rede social se tornaria mais fácil para o ex-namorado de Grimes, o que de fato aconteceu nessa quinta-feira quando ele ofereceu US$ 43 bilhões (R$ 202 bilhões) em dinheiro para assumir o controle do gigante tech cofundado em 2006 pelo quarteto de empreendedores Jack Dorsey, Biz Stone, Evan Williams e Noah Glass.

A cifra está acima do valor de mercado do Twitter, que no momento é de US$ 34,6 bilhões (R$ 162,7 bilhões), o que pode deixar seus acionistas minoritários tentados a aceitar a proposta de aquisição dele.

Empresário dos mais excêntricos mas também dos mais disruptores dos últimos tempos, Musk precisaria se desfazer de ações de Tesla para juntar a quantia multibilionária, o que não lhe causaria nenhum um problema. Mas é interessante notar que alguém que, não faz muito tempo, sinalizou interesse em criar sua própria rede social, agora quer pra si justo aquela que criticou várias vezes em tuítes recentes, e que agora cobiça e planeja fechar seu capital caso se saia bem-sucedido em sua tentativa de adquiri-la.

De certa forma, isso indica que a SpaceX pode ter sido temporariamente colocada de lado pelo filho mais famoso da modelo Maye Musk, que além de acreditar que a conquista de outros planetas é possível também já disse que há apenas uma entre um bilhão de chances de que nossa realidade seja factível – e que é possível que sejamos todos personagens de um videogame jogado por extraterrestres. Resta saber se, no caso dessa hipótese, o game over será deles ou nosso.

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